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Valva endobrônquica para enfisema

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 23/03/2016

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Contexto Clínico

Pacientes com enfisema grave têm limitadas opções terapêuticas. O uso de válvulas endobrônquicas de sentido único para redução do volume do pulmão é um potencial tratamento para pacientes com enfisema grave. Os benefícios têm sido modestos nos estudos recentes, mas tem sido levantada a hipótese de ser muito maior em pacientes sem ventilação colateral interlobar do que naqueles com ventilação colateral.

 

O Estudo

Foram distribuídos aleatoriamente pacientes com enfisema grave e uma ausência confirmada da ventilação colateral para tratamento com válvula endobrônquica por broncoscopia (grupo EBV) ou para cuidados médicos padrão (grupo controle). Os desfechos principais avaliados foram alterações desde o início até seis meses em volume expiratório forçado de primeiro segundo (VEF 1), capacidade vital forçada (CVF), e uma caminhada de seis minutos.

 Foram recrutados 84 pacientes, dos quais 16 foram excluídos porque não tinham ventilação colateral (13 pacientes) ou porque os  segmentos lobares eram inacessíveis para as válvulas endobrônquica (três pacientes). Os restantes 68 pacientes (média [± DP] idade, 59 ± 9 anos; 46 eram mulheres) foram aleatoriamente designados para o grupo EBV (34 pacientes) ou o grupo de controle (34). No início do estudo, o VEF1 e CVF foi de 29 ± 7% e 77 ± 18% dos valores previstos, respectivamente, e a distância caminhada de seis minutos foi 374 ± 86 metros. A análise de intenção de tratar mostrou melhorias significativamente maiores no grupo EBV do que no grupo de controle a partir da linha de base em seis meses: o aumento do VEF1 foi maior no grupo EBV do que no grupo de controle por 140 ml (IC95% 55-225), o aumento da CVF foi maior em 347 ml (IC95% 107-588), e o aumento da distância caminhada de seis minutos foi maior em 74 m (IC95%, 47-100 ) (P <0,01 para todas as comparações). Aos seis meses, 23 eventos adversos graves tinham sido relatados no grupo EBV, em comparação com cinco no grupo de controle (P <0,001). Um paciente no grupo EBV morreu. Os eventos adversos graves relacionados com o tratamento deste grupo incluído pneumotórax (18% dos doentes) e eventos que exigem a troca valvar (12%) ou remoção (15%).

 

Aplicação Prática

O tratamento com válvula endobrônquica melhorou significativamente a função pulmonar e capacidade de exercício em pacientes com enfisema grave, caracterizada por uma ausência de ventilação colateral interlobar. Entretanto, a taxa de eventos adversos graves foi bastante alta. Lembrando que esse é um tratamento caro, e que os desfechos avaliados não envolvem mortalidade, apenas parâmetros de função pulmonar e teste da caminhada, este é um tratamento que deve ser muito pensado antes de ser colocado em prática de larga escala.

 

Referências

Klooster K et al. Endobronchial Valves for Emphysema without Interlobar Collateral Ventilation. N Engl J Med 2015; 373:2325-2335.

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