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Betametasona para gestantes com risco de parto prematuro

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 27/06/2016

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Contexto Clínico

Os bebês que nascem com 34 a 36 semanas de gestação (prematuro tardio) estão em maior risco de desfechos respiratórios adversos, bem como outros resultados ruins, em comparação com bebês que nascem com 37 semanas de gestação ou mais. Não se sabe se a betametasona administrada nas mulheres em risco de parto prematuro tardio diminui os riscos de morbidades neonatais.

 

O Estudo

Foi realizado um estudo multicêntrico que randomizou mulheres com gestação única entre 34 semanas e 0 dias até 36 semanas e 5 dias de gestação e que apresentavam alto risco de parto prematuro durante o período pré-termo final (até 36 semanas e 6 dias). As participantes foram designadas para receber duas injeções de betametasona ou placebo com 24 horas de intervalo. O desfecho primário foi um composto neonatal do tratamento nas primeiras 72 horas (uso de pressão positiva contínua nas vias aéreas ou cânula nasal de alto fluxo por pelo menos 2 horas, oxigênio suplementar com uma fração inspirada de oxigênio de pelo menos 0,30 por pelo menos 4 horas, oxigenação por membrana extracorpórea, ou ventilação mecânica) ou morte fetal ou neonatal dentro de 72 horas após o parto.

O desfecho primário ocorreu em 165 de 1.427 crianças (11,6%) no grupo de betametasona e 202 de 1.400 (14,4%) no grupo placebo (risco relativo no grupo da betametasona, 0,80; IC95% 0,66 a 0,97; P=0,02). Complicações respiratórias graves, taquipneia transitória do recém-nascido, uso de surfactante e displasia broncopulmonar também ocorreram significativamente, menos no grupo da betametasona. Não houve diferenças significativas entre os grupos em relação à incidência de corioamnionite ou sepsis neonatal. Hipoglicemia neonatal foi mais comum no grupo da betametasona do que no grupo placebo (24,0% vs. 15,0%; risco relativo, 1,60; IC95%, 1,37-1,87; P <0,001).

 

Aplicações Práticas

A administração de betametasona nas mulheres em risco de parto prematuro tardio reduziu significativamente a taxa de complicações respiratórias neonatais. Isso tem impacto em uso de recursos, tempo de internação e mesmo de sofrimento da família e da criança. Ressaltamos o risco aumentado de hipoglicemia, algo bastante crítico para recém-nascidos, portanto deve ser algo a ser contemplado no manejo de bebês de mães que porventura recebam esse tipo de tratamento.

 

Referências

Gyamfi-Bannerman C et al. Antenatal Betamethasone for Women at Risk for Late Preterm Delivery. N Engl J Med 2016; 374:1311-1320.

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