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Paracetamol x Ibuprofeno em Asma Persistente Leve em Crianças

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 17/10/2016

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Contexto Clínico

Estudos têm sugerido uma associação entre o uso de paracetamol frequente e complicações relacionadas à asma entre as crianças, levando alguns médicos a recomendar que o paracetamol seja evitado em crianças com asma. Entretanto, precisamos de evidências mais definitivas para adotar essa recomendação.

 

 

O Estudo

Este é um estudo multicêntrico, prospectivo, randomizado, duplo-cego, de grupos paralelos, que envolveu 300 crianças (faixa etária, de 12 a 59 meses) com asma persistente leve, e que randomizou as crianças designadas para receber ou paracetamol ou ibuprofeno, quando necessário para o alívio da febre ou dor ao longo de 48 semanas. O desfecho primário foi o número de exacerbações de asma que levaram ao tratamento com glucocorticoides sistêmicos. Crianças, em ambos os grupos, receberam terapias controladoras para asma padronizadas.

Os participantes receberam em média 5,5 doses (intervalo interquartil, 1,0 a 15,0) de medicação do ensaio; não houve nenhuma diferença significativa entre os grupos no número médio de doses recebidas (P = 0,47). O número de exacerbações de asma não diferiu significativamente entre os dois grupos, com média de 0,81 por participante com paracetamol, e 0,87 por participante com o ibuprofeno em mais de 46 semanas de follow-up (taxa relativa de exacerbações de asma no grupo paracetamol versus ibuprofeno de 0,94; IC 95%, 0,69-1,28; P = 0,67). No grupo de paracetamol, 49% dos participantes tiveram pelo menos uma exacerbação da asma, e 21% tiveram pelo menos duas; em comparação, no grupo de ibuprofeno 47% tiveram pelo menos uma exacerbação, e 24% pelo menos duas. Da mesma forma, não foram detectadas diferenças significativas entre o ibuprofeno e paracetamol no que diz respeito à percentagem de dias de controle da asma (85,8% e 86,8%, respectivamente; P = 0,50), ao uso de um inalador de resgate albuterol (2.8 e 3.0 inalações por semana, respectivamente; P = 0,69), à utilização de cuidados de saúde para a asma (0,75 e 0,76 episódios por participante, respectivamente; P = 0,94) ou eventos adversos.

 

 

Aplicação Prática

 

Por este estudo, verificamos que parece infundada a restrição do paracetamol entre as crianças com asma persistente leve. O uso de paracetamol conforme a necessidade não foi associado a uma maior incidência de exacerbações de asma, nem o controle da asma foi pior do que para crianças que fizeram uso de ibuprofeno.

 

 

Bibliografia

 

Sheehan WJ et al. Acetaminophen versus Ibuprofen in Young Children with Mild Persistent Asthma.N Engl J Med 2016; 375:619-630.

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