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Meningite por Haemophilus influenzae

Última revisão: 31/01/2011

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Reproduzido de:

DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS – GUIA DE BOLSO – 8ª edição revista [Link Livre para o Documento Original]

MINISTÉRIO DA SAÚDE

Secretaria de Vigilância em Saúde

Departamento de Vigilância Epidemiológica

8ª edição revista

BRASÍLIA / DF – 2010

 

Meningite por Haemophilus Influenzae

 

CID 10: G00.0

 

ASPECTOS CLÍNICOS E EPIDEMIOLÓGICOS

Descrição

Infecção bacteriana aguda das meninges, comum na primeira infância. Início, geralmente, súbito, com febre, cefaleia intensa, náuseas, vômitos e rigidez de nuca, aos quais se associam os sinais de Kernig e Brudzinski, descritos no capitulo Doença Meningocócica.

Lactentes, raramente, apresentam sinais de irritação meníngea ou de hipertensão intracraniana, como rigidez de nuca, convulsões e opistótono. Os sinais clínicos iniciais são inespecíficos, comuns a outras doenças desse periodo, a exemplo de instabilidade térmica (hipotermia ou hipertermia), desconforto respiratório, irritabilidade, letargia, recusa alimentar, vômitos, icterícia. Pode-se observar, ainda, a presença de outros sinais e sintomas como: agitação, grito meníngeo (a criança grita, quando manipulada, principalmente quando as pernas são flexionadas para troca de fraldas) e recusa alimentar.

 

Agente Etiológico

Haemophilus Influenzae. Um bacilo gram-negativo, imóvel, capsulado, pleomórfico. Possui diferentes sorotipos (A, B, C, D, e F), sendo o sorotipo B o principal responsável por doença invasiva, tal como a Meningite.

 

Reservatório

O homem doente ou portador assintomático, principalmente os menores de 5 anos.

 

Modo de Transmissão

Pelo contato direto pessoa a pessoa, doente ou portador, por meio das vias respiratórias.

 

Período de Incubação

De 2 a 4 dias.

 

Período de Transmissibilidade

Enquanto houver microrganismo na nasofaringe, geralmente ate 24/48 horas após o início da terapêutica com antibiótico.

 

Complicações

As principais complicações são: perda da audição, distúrbio de linguagem, retardo mental, anormalidade motora e distúrbios visuais.

 

Diagnóstico Laboratorial

Ao exame macroscópico, o líquido cefalorraquidiano apresenta-se turvo, com cor branco-leitosa ou xantocrômica. O exame bioquímico evidência glicose e cloretos diminuídos, proteínas elevadas e celularidade muito aumentada devido à presença de neutrófilos polimorfonucleares. O gram pode evidenciar a presença de bacilo gram-negativo pleomórfico. É importante a realização da cultura do líquor e do sangue para diagnóstico do agente infeccioso. Os exames indiretos para a identificação do antígeno são a contraimunoeletroforese cruzada (CIE) e a prova do látex sensibilizado (anti-Hib). Outros testes diagnósticos que podem ser utilizados são Elisa, radioimunoensaio e amplificação da cadeia de polimerase (PCR), mas ainda não estão validados para uso na rotina.

 

Diagnóstico Diferencial

Outras Meningites bacterianas (em particular com as purulentas).

 

Tratamento

Cloranfenicol, na dose de 75 a 100mg/kg/dia, EV, ate o máximo de 6g/dia, fracionada em 4 doses diárias (6/6 horas), ou Ceftriaxona, na dose de 100mg/kg/dia, EV, ate o máximo de 4g/dia, dividida em 2 doses (de 12/12 horas), por 7 a 10 dias.

 

Características Epidemiológicas

Doença de distribuição universal, com alta incidência em crianças, principalmente nos menores de 1 ano, sendo rara acima dos 5 anos. Após a introdução da vacina conjugada contra o Hib em 1999, a incidência das meningites causadas por esse agente diminuiu significativamente.

 

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

Objetivos

Monitorar a situação epidemiológica da doença no país; orientar e avaliar a utilização de medidas de prevenção e controle; avaliar o desempenho operacional do sistema de vigilância de Meningite; produzir e disseminar informações epidemiológicas.

 

Notificação

É doença de notificação compulsória e de investigação obrigatória.

 

Definição de Caso

Suspeito - Crianças com mais de 1 ano e adultos com febre, cefaleia intensa, vômito em jato, rigidez de nuca, sinais de irritação meníngea, convulsões e/ou manchas vermelhas no corpo. Em menores de 1ano, considerar irritabilidade, choro persistente e abaulamento de fontanela.

Confirmado - Caso suspeito que apresente cultura positiva para Haemophilus Influenzae do líquor ou sangue, ou detecção de antígeno no líquor ou sangue, por meio de CIE ou látex. O PCR pode ser realizado, mas ainda não é utilizado na rotina. A confirmação por critério clínico-epidemiológico ocorre quando um caso suspeito sem diagnóstico laboratorial teve contato com um caso confirmado laboratorialmente, em ate 5 dias antes do aparecimento dos sintomas.

 

MEDIDAS DE CONTROLE

A quimioprofilaxia está indicada para todos os contatos domiciliares (incluindo adultos), desde que existam menores de 4 anos de idade, além do caso-índice, sem vacinação ou com esquema de vacinação incompleto.

Se o tratamento foi instituído com Ceftriaxona, nas doses indicadas, não é necessária a quimioprofilaxia do caso (a chamada quimioprofilaxia de alta). Crianças com esquema vacinal completo para Hib não necessitam fazer quimioprofilaxia. Quando a quimioprofilaxia é indicada, a droga de escolha é a Rifampicina, por via oral, para ser usada durante 4 dias nas seguintes dosagens: adultos: 600mg/dose, a cada 24 horas; crianças de 1 mês a 10 anos: 20mg/kg/dia, ate dose máxima de 600mg; menores de 1 mês de idade: 10mg/kg/dia. A vacina contra H. Influenzae tipo b (Hib) apresenta alta eficácia quando aplicada no esquema preconizado: 3 doses em menores de 1 ano, no 2º, 4º e 6º meses de vida. Os eventos adversos locais (dor, eritema e/ou enduração) e gerais (febre, irritabilidade e/ou sonolência) são de frequência e intensidade baixas, ocorrendo em menos de 10% dos vacinados, nas 24 horas após aplicação. A vacina utilizada no Brasil é a tetravalente, que consiste na combinação da vacina Hib com a vacina contra o tétano, difteria e coqueluche (DPT) em um só produto, conferindo imunidade para esses quatro componentes. Outros grupos com situações clínicas especiais devem procurar os Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE), das secretarias estaduais de saúde.

 

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