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HPV

Última revisão: 31/05/2009

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Reproduzido de:

Dermatologia na Atenção Básica de Saúde / Cadernos de Atenção Básica Nº 9 / Série A - Normas de Manuais Técnicos; n° 174 [Link Livre para o Documento Original]

MINISTÉRIO DA SAÚDE

Secretaria de Políticas de Saúde

Departamento de Atenção Básica

Área Técnica de Dermatologia Sanitária

BRASÍLIA / DF – 2002

 

HPV

CID-10: B97.7

 

DESCRIÇÃO DO HPV

Doença viral que, com maior freqüência, manifesta-se como infecção subclínica nos genitais de homens e mulheres. Clinicamente, as lesões podem ser múltiplas (Figura 1), localizadas ou difusas e de tamanho variável; ou podem aparecer como lesão única. A localização ocorre no pênis (Figura 2), sulco bálano-prepucial, região perianal (Figuras 3 e 4), na vulva (Figura 5), períneo, vagina e colo do útero. Morfologicamente, são pápulas circunscritas, hiperquerotósicas, ásperas e indolores com tamanho variável. Condiloma gigante (Buschke e Lowestein), assim como papulose bowenóide, são raros.

 

Figura 1: Condiloma acuminado: lesões vegetantes.

 

Figura 2: Condiloma acuminado no pênis e na região inguino-escrotal.

 

Figura 3: Condiloma acuminado em região peri-anal.

 

Figura 4: Condiloma acuminado – abuso sexual em criança de 3 anos de idade.

 

Figura 5: Condiloma acuminado na região vulvar.

 

SINONÍMIA DO HPV

Infecção pelo Papiloma Vírus Humano, verruga genital, cavalo de crista, crista de galo, condiloma acuminado.

 

ETIOLOGIA DO HPV

Papilomavírus humano (HPV). Vírus DNA não cultivável da família do Papovavirus. Com mais de 70 sorotipos. Esses agentes ganharam grande importância epidemiológica e clínica por estarem relacionados ao desenvolvimento de câncer. Os grupos dos sorotipos com maior poder de oncogenicidade são o 16, 18, 31 e 33, quando associados a outros fatores.

 

RESERVATÓRIO

O homem.

 

MODO DE TRANSMISSÃO DO HPV

Geralmente por contato direto. Pode haver autoinoculação e infecção por fômites.

 

PERÍODO DE INCUBAÇÃO DO HPV

De 1 a 20 meses, em média 3 meses.

 

PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE DO HPV

Desconhecido. Entretanto, há transmissão enquanto houver lesão viável.

 

COMPLICAÇÕES DO HPV

Cancerização, que é mais freqüente na mulher, com localização em colo uterino. Nos imunodeficientes, pode haver dificuldade terapêutica, além do aparecimento de Papiloma de Laringe, que também pode ocorrer em lactentes, por contaminação no canal de parto.

 

DIAGNÓSTICO DO HPV

Clínico, epidemiológico e laboratorial, observando as diversas formas abaixo.

 

Infecção Clínica

Através da visão desarmada, geralmente representada pelo condiloma acuminado.

 

Infecção Subclínica

Através da peniscopia, colpocitologia e colposcopia com biópsia. A peniscopia pode ser falso-positiva.

 

Infecção Latente

Através dos testes para detecção do HPV-DNA.

 

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

Condiloma plano da sífilis (sorologia e pesquisa do T. pallidum em campo escuro); carcinoma espinocelular do pênis e da vulva e a doença de Bowen (carcinoma in situ); nesses, a correlação clínico-histopatológica é de enorme valia para o diagnóstico.

 

TRATAMENTO DO HPV

O objetivo do tratamento é a remoção das lesões condilomatosas visíveis e subclínicas, visto que não é possível a erradicação do HPV. Recidivas são freqüentes, mesmo com o tratamento adequado. A escolha do método de tratamento depende do número e da topografia das lesões, assim como da associação ou não com neoplasia intra-epitelial. Podem ser utilizadas as alternativas: acido tricloroacético (ATA), a 90%, nas lesões do colo, vagina, vulva, períneo, região peri-anal e pênis; a aplicação deve ser realizada no serviço de saúde, direcionada apenas ao local da lesão, 1 a 2 vezes por semana. Não devem ser feitas “embrocações” vaginais nas lesões difusas. Podofilina, a 25% (solução alcoólica ou em benjoim): somente deve ser utilizada nas lesões da vulva, períneo e região perianal; lavar após 2 a 4 horas. A aplicação deve ser realizada no serviço de saúde, 2 a 3 vezes por semana. Eletrocauterização ou crioterapia: pode ser utilizada em lesões de qualquer localização genital e na gestação. Exérese com Cirurgia de Alta Freqüência (CAF/ LEEP): pode ser utilizada em lesões de qualquer localização genital e na gestação. Apresenta como vantagem sobre os outros métodos a retirada do tecido viável para estudo anatomopatológico. Nas lesões exofíticas queratinizadas, pode ser utilizada a combinação do ácido tricloroacético, a 90%, e podofilina, a 25% (solução alcoólica ou em benjoim).

 

Gravidez

As lesões condilomatosas poderão atingir grandes proporções, seja pelo marcado aumento da vascularização, seja pelas alterações hormonais e imunológicas que ocorrem nesse período. A escolha do tratamento vai basear-se no tamanho e número das lesões (nunca usar nenhum método químico durante qualquer fase da gravidez); pequenas, isoladas e externas: termo ou criocauterização em qualquer fase da gravidez; pequenas, colo, vagina e vulva: termo ou criocauterização, apenas a partir do 2o trimestre; grandes e externas: ressecção com eletrocautério ou cirurgia de alta freqüência; se o tamanho e localização das lesões forem suficientes para provocar dificuldades mecânicas e/ou hemorragias vaginais, deve-se indicar o parto cesáreo; o risco da infecção nasofaríngea no feto é tão baixa que não justifica a indicação eletiva de parto cesáreo; mulheres com condilomatose durante a gravidez deverão ser acompanhadas por meio de citologia oncológica e colposcopia, após o parto.

 

Recomendação

Na gestante, tratar apenas as lesões condilomatosas. As lesões subclínicas serão acompanhadas com colpocitologia durante a gestação e reavaliadas para tratamento após 3 meses do parto.

 

CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS DO HPV

Doença de distribuição universal, acomete homens e mulheres, de qualquer raça e classe social, sendo mais freqüente na faixa etária de vida sexual ativa.

 

OBJETIVOS DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

Diagnosticar e tratar precocemente todos os casos, evitando formas graves e infecção no concepto.

 

NOTIFICAÇÃO

Não é doença de notificação compulsória.

 

MEDIDAS DE CONTROLE DO HPV

Abstinência sexual durante o período de tratamento; encaminhamento de parceiros para o serviço de saúde, para exame e tratamento, se necessário. Educação em saúde: aconselhamento. Não esquecer que o aparecimento de HPV deve servir de evento sentinela para a infecção pelo HIV ou outra imunodeficiência. Ver Medidas de Controle descritas para as demais DST.

 

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