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10 Diagnóstico Sorológico da Infecção pelo HIV

Última revisão: 25/10/2009

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Reproduzido de:

Manual de Controle de Doenças Sexualmente Transmissíveis – DST 4ª edição [Link Livre para o Documento Original]

Série Manuais n. 68

MINISTÉRIO DA SAÚDE

Secretaria de Vigilância em Saúde

Programa Nacional de DST e Aids

Brasília / DF – 2006

 

Com o objetivo da realização do diagnóstico laboratorial da infecção pelo HIV nos laboratórios públicos e privados, o Ministério da Saúde, por meio da Portaria de No 59, de 28 de janeiro de 2003, estabelece a obrigatoriedade de um conjunto de procedimentos seqüenciados para os testes que visam detectar anticorpos anti-HIV em indivíduos com idade acima de 2 (dois) anos. (anexo IX)

A amostra deve inicialmente ser submetida à primeira etapa do conjunto de procedimentos seqüenciados, denominada de triagem sorológica (Etapa I), utilizando-se um imunoensaio, como por exemplo o Elisa (ensaio imunoenzimático). É importante ressaltar que o teste não poderá ser de avaliação rápida (teste rápido) e deverá ser capaz de detectar anticorpos denominados anti-HIV-1 e anti-HIV-2. Todos os conjuntos de diagnóstico (kits) utilizados para a realização dos testes, devem estar obrigatoriamente registrados no Ministério da Saúde.

Após a realização da etapa de triagem sorológica, podemos encontrar as seguintes situações:

 

1.    a amostra que apresentar resultado não reagente no teste realizado, terá seu resultado definido como “ Amostra negativa para HIV “. Nesse caso, o resultado é entregue ao paciente acompanhado do aconselhamento pós-teste, e

2.    a amostra que apresentar resultado reagente ou inconclusivo no teste, deverá ser submetida à etapa de confirmação sorológica.

 

A etapa de confirmação sorológica pode ser realizada de duas maneiras:

 

1.    por meio de um segundo imunoensaio em paralelo ao teste de Imunofluorescência Indireta (IFI) para HIV-1 ou ao teste de Imunoblot (IB) para o HIV (etapa II). O segundo imunoensaio deverá ter princípio metodológico e/ou antígenos distintos do primeiro imunoensaio utilizado.

2.    por meio do teste de Western blot (WB) – etapa III.

 

Caso o laboratório adote prioritariamente a realização da etapa de confirmação com um segundo imunoensaio acompanhado da IFI ou IB, quatro diferentes situações poderão ocorrer:

 

1.    amostra não reagente no segundo imunoensaio e negativa no teste de IFI ou IB, terá seu resultado definido como “Amostra negativa para HIV-1”, ou “Amostra negativa para HIV “, respectivamente, de acordo com o ensaio realizado.

2.    amostra reagente no segundo imunoensaio e positiva no teste de IFI ou IB, terá seu resultado definido como “ Amostra positiva para HIV-1 “, ou “Amostra positiva para HIV “, respectivamente, de acordo com o ensaio realizado. É obrigatória a coleta de uma segunda amostra para repetir somente a etapa de triagem sorológica, visando confirmar a positividade da primeira amostra.

3.    amostra não reagente ou inconclusiva no segundo imunoensaio e positiva ou indeterminada no teste de IFI ou IB deverá ser submetida ao teste Western blot (etapa III).

4.    amostra reagente ou inconclusiva no segundo imunoensaio e negativa ou indeterminada no teste de IFI ou IB, deverá ser submetida ao teste Western blot (etapa III).

 

Após a realização do teste Western blot , podemos encontrar as seguintes situações:

 

1.    amostra negativa nesse teste terá seu resultado definido como “ Amostra negativa para HIV-1”. Nesse caso, deverá se proceder a investigação de soroconversão ou pesquisa de anticorpos anti-HIV-2.

2.    amostra positiva nesse teste terá seu resultado definido como “Amostra positiva para HIV-1 “. Nesse caso, será obrigatória a coleta de uma segunda amostra para repetir a etapa de triagem sorológica, visando confirmar a positividade da primeira amostra.

3.    amostra indeterminada nesse teste terá seu resultado definido como “Amostra indeterminada para HIV-1”. Nesse caso, deverá se proceder a investigação de soroconversão ou pesquisa de anticorpos anti-HIV-2.

 

Para a investigação de soroconversão por meio da detecção de anticorpos, recomenda-se proceder a coleta de uma segunda amostra em trinta dias após a emissão do resultado da primeira amostra e repetir todo o conjunto de procedimentos seqüenciados. Pode-se também utilizar outros testes baseados na detecção de antígenos ou de ácido nucléico. O resultado definitivo da infecção deve ser baseado na soroconversão completa.

Recomenda-se realizar a investigação do HIV-2 em amostras com resultados indeterminados para o HIV-1, quando os dados epidemiológicos forem sugestivos de infecção pelo HIV-2 ou se os dados clínicos forem compatíveis com a infecção HIV/aids.

Convém observar que é obrigatória a coleta de uma segunda amostra e a repetição da etapa de triagem sorológica (Etapa I) sempre que uma amostra apresentar resultado definido como positivo após a etapa de confirmação sorológica (Etapas II ou III), preferencialmente em um intervalo de trinta dias após a emissão do resultado referente à primeira amostra.

As amostras com resultado definido como positivo deverão ter o resultado da primeira amostra liberado com a ressalva, por escrito, de que se trata um resultado parcial e que somente será considerado como definitivo após a análise da segunda amostra.

Caso o resultado do teste (Etapa I) na segunda amostra seja não reagente ou inconclusivo, deverão ser cumpridas todas as etapas do conjunto de procedimentos seqüenciados. Se após a realização da etapa de confirmação sorológica, os resultados da primeira e segunda amostra forem discordantes, deverá ser coletada uma terceira amostra e realizadas todas as etapas para a conclusão do diagnóstico.

Sempre que os resultados conclusivos da segunda amostra forem diferentes dos obtidos com a primeira amostra, será preciso considerar a possibilidade de ter havido troca de amostra ou algum erro inerente aos procedimentos de realização dos testes.

Resultados falso-positivos podem ser decorrentes de problemas técnicos no procedimento do exame ou alterações biológicas no indivíduo, que determinam reatividade, independente da condição investigada. Entre as causas de origem técnica podemos citar: contaminação de ponteiras, contaminação da reação por soros vizinhos positivos, troca de amostras, pipetagens de baixa acurácia e transporte ou armazenamento inadequado das amostras ou dos kits.

As semelhanças antigênicas entre microrganismos, as doenças auto-imunes, as infecções por outros vírus, a aquisição passiva de anticorpos anti-HIV (da mãe para o filho), também podem ser consideradas como possíveis causas de resultados falso-positivos.

Com relação aos resultados falso-negativos, pode ocorrer devido à baixa sensibilidade do conjunto de diagnóstico utilizado, coleta da amostra no período de janela imunológica, ou problemas técnicos durante a realização do ensaio (incluindo troca de amostras, uso de reagentes fora do prazo de validade, utilização de equipamentos desajustados, pipetagem incorreta e transporte ou armazenamento inadequado das amostras ou dos kits).

Em locais onde há a ausência de uma rede de laboratórios que permita um atendimento eficiente e integral da demanda de testes anti-HIV existente, uma alternativa eficiente é a utilização dos testes rápidos. Os testes rápidos apresentam resultados em um tempo inferior a 30 minutos e podem ser realizados no momento da consulta, por meio da coleta de uma amostra por punção da polpa digital do indivíduo. A utilização desses testes permite que em um mesmo momento - o da consulta - o paciente receba o aconselhamento pré e pós-teste, tenha o seu teste realizado e obtenha conhecimento do resultado do mesmo. Trata-se de uma estratégia de grande efetividade principalmente em locais de difícil acesso e em situações em que é necessário o conhecimento imediato do estado sorológico. No Brasil, o uso dos testes rápidos anti-HIV é recomendado em situações definidas pelo Ministério da Saúde, que incluem a triagem de gestantes sem sorologia pré-natal disponível no momento do parto e para triagem sorológica de clientes-índice em acidentes profissionais.

É importante enfatizar que, além do cuidado na coleta e execução dos testes, é fundamental que o processo de aconselhamento antes e depois do teste seja feito de forma cuidadosa, para que o resultado seja corretamente interpretado, tanto pelo profissional de saúde como pelo paciente, gerando atitudes que visem a promoção da saúde nos indivíduos testados.

 

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