Autores:
Fernando de Paula Machado
Médico pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Residência em Clínica Médica no Hospital das Clínicas da FMUSP (HC-FMUSP). Residência em Cardiologia pelo Instituto do Coração (InCor) do HC-FMUSP. Médico Diarista do Pronto-Atendimento do Hospital Sírio-Libânes.
Leonardo Vieira da Rosa
Médico Cardiologista pelo Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Médico Assistente da Unidade de Terapia Intensiva do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Doutorando em Cardiologia do InCor-HC-FMUSP. Médico Cardiologista da Unidade Coronariana do Hospital Sírio Libanês.
Última revisão: 01/04/2019
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Sem dicas desta vez.
Ver diagnóstico abaixo
Ritmo- sinusal
Fc- 75 bpm
PR- 120 ms
QTc- 380ms
Eixo + 120° (desvio p/ direita)
Alterações de repolarização em parede anterior e lateral
Onda P negativa em D1 e aVL
Complexos QRS progressivamente menores de V1 a V6
Dextrocardia
A dextrocardia é uma malformação embriológica que se caracteriza pelo deslocamento do eixo maior (base ao ápice) do coração para o lado direito do tórax com reversão da inclinação apical. Essa malformação decorre de uma rotação anômala do tubo primitivo do coração para a esquerda, na qual o laço bulboventricular se dobra à esquerda, em uma imagem especular do normal, o que ocorre por volta da oitava semana de vida embrionária. Assim sendo, a dextrocardia é mais bem definida como a presença do coração no lado direito do tórax com o ápice apontando à direita. Este termo não se aplica a condições como a hipoplasia do pulmão direito, hérnia diafragmática esquerda ou pneumotórax esquerdo, que podem deslocar o coração para o hemitórax direito. Tais condições são chamadas dextrocardia secundária ou dextroposição.
A dextrocardia na presença de situs solitus (dextrocardia isolada) é freqüentemente associada com anormalidades estruturais do coração, desde defeitos septais atriais ou ventriculares simples até lesões complexas, especialmente a transposição das grandes artérias congenitamente corrigida. As anormalidades cardíacas estruturais são menos comuns na dextrocardia associada com situs inversus, embora provavelmente mais freqüentes do que na população
A incidência da dextrocardia associada a situs inversus na população em geral é de 1:10.000, enquanto a associada a situs solitus é de 1:30.000 em nascidos vivos e de somente 1:900.000 na população adulta. Essa grande diferença de incidência encontrada em indivíduos com dextrocardia associada a situs solitus se deve a maior ocorrência de doenças cardíacas e/ou extracardíacas associadas, como fístula traqueoesofágica, hipoplasia pulmonar, ânus imperfurado, espinha bífida e síndrome de Kartagener.
O diagnóstico de dextrocardia pode ser feito durante o exame físico, por meio de um eletrocardiograma ou de um exame por imagem. Portanto, o conhecimento dessa anomalia e de suas variáveis é de fundamental importância aos médicos em virtude do risco de apresentações atípicas de angina, de sua associação freqüente com outras doenças cardíacas e/ou extracardíacas e, também, por constituir uma malformação cujas anormalidades, a despeito de sua complexidade, atualmente são passíveis de correção cirúrgica.
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