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Arterite Temporal

Autor:

Rodrigo Antonio Brandão Neto

Médico Assistente da Disciplina de Emergências Clínicas do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP

Última revisão: 06/05/2011

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QUADRO CLÍNICO

Paciente do sexo feminino, 58 anos de idade, quadro de 2 meses de duração de dor em região de cintura escapular, com rigidez matinal de cerca de 40 minutos. Há 1 mês, apresenta cefaleia hemicraniana à direita, mas sem fotofobia e fonofobia; há 2 semanas, com episódios esporádicos de febre, com temperatura máxima de 38,4°C, além de parestesias em região de hemiface; há cerca de 1 dia, apresenta embaçamento visual com perda de visão.

 

Exame Físico

       BEG, corado, hidratado.

       Pressão arterial: 110 x 70 mmHg.

       Frequência cardíaca: 90 bpm.

       Sem alterações neurológicas.

       Ausculta respiratória e cardiovascular sem alterações.

 

COMENTÁRIOS

Paciente com quadro de dor e rigidez matinal em cintura escapular, com cefaleia associada a alteração visual que nos leva à hipótese de polimialgia reumática com arterite temporal. Algumas considerações sobre estas patologias serão realizadas.

 

Vasculites

A arterite temporal faz parte do grupo das vasculites, doenças heterogêneas que apresentam em comum um processo inflamatório na parede vascular, podendo levar a estenose, obstrução e trombose, com consequente isquemia tissular, aneurisma ou hemorragia. Essas condições podem ser secundárias a uma doença subjacente ou ocorrer como uma doença primária de causa desconhecida. Vasculites primárias podem ser categorizadas de acordo com o tamanho do vaso predominantemente envolvido, com o padrão de envolvimento orgânico e a histopatologia.

 

Classificação

Dentro das vasculites primárias, a classificação mais utilizada é a classificação de Chapel Hill, mostrada na Tabela 1 (American College of Rheumatology – 1994).

 

Tabela 1. Classificação de Chapel Hill para as vasculites primárias 

Predominantemente de grandes vasos

Artrite de Takayasu*

Artrite de células gigantes (arterite temporal)*

Doença de Behçet

Predominantemente de médios vasos

Poliarterite nodosa*

Doença de Buerger (tromboangeíte obliterante)

Doença de Kawasaki*

Predominantemente de pequenos vasos

Poliangeíte microscópica*

Granulomatose de Wegener*

Síndrome de Churg-Strauss*

Vasculite de hipersensibilidade (angeíte cutânea leucocitoclástica)

Púrpura de Henoch-Schönlein*

Vasculite urticariforme crioglobulinemia*

 

Como nosso interesse neste caso é a arterite temporal e a condição musculoesquelética que usualmente a acompanha, tais condições serão discutidas a seguir.

 

ARTRITE DE CÉLULAS GIGANTES (ARTERITE TEMPORAL) E POLIMIALGIA REUMÁTICA

A polimialgia reumática e a arterite temporal são condições de relação próxima, que afetam em geral pacientes de meia-idade ou idosos e, com frequência, ocorrem juntas. Historicamente, a primeira descrição da polimialgia reumática foi em 1888 como símile rheumatic gout; em 1957, Barbour usou a denominação de polimialgia reumática.

Já a arterite temporal foi descrita pela primeira vez por Hutchinson em 1890; em 1930, a relação entre a arterite temporal e a polimialgia reumática foi descrita pela primeira vez, sendo que, na década de 1950, no trabalho de Paulley e Hughes, esta relação se tornou clara.

 

Epidemiologia

A média de ocorrência é de 1 caso a cada 133 indivíduos acima de 50 anos de idade para polimialgia reumática e 17,8 casos a cada 100.000 pacientes acima de 50 anos para arterite temporal. A prevalência pode ser maior em determinadas populações; estudos anatomopatológicos sugerem que a doença seja mais comum do que os dados atuais fazem parecer, e o pico de incidência é de 70 a 80 anos.

 

Fisiopatologia

As duas doenças são provavelmente poligênicas. Sabe-se que a prevalência é aumentada em locais de maior altitude e em países escandinavos e em norte-americanos de ascendência escandinava. Uma das possíveis etiologias seriam infecções virais, embora nunca tenha existido confirmação desta influência. A relação parece ocorrer com infecção por parvovírus B19, Mycoplasma e Chlamydia pneumoniae. Ainda é descrita a associação com HLA-DRB1*04 e DRB1*01.

Um modelo fisiopatogênico foi proposto por Weyrand e Goronzy. Nesse modelo, o antígeno seria reconhecido na camada adventícia por linfócitos T que entram na artéria pela vasa vasorum, passam por expansão clonal e são estimulados a produzir interferon gama. Este processo resultaria na diferenciação e migração de macrófagos e na formação de células gigantes; na camada adventícia, os macrófagos levariam à produção de interleucinas 1 e 6, com lesão endotelial, e as metaloproteinases também participariam neste processo.

 

Achados Anatomopatológicos

Achados de artroscopia, radioisótopos e ressonância magnética indicam a presença de sinovite em articulações proximais e estruturas periarticulares. Esta sinovite é histologicamente leve, com predomínio de macrófagos e linfócitos T, principalmente de linfócitos T CD4.

 

Manifestações Clínicas

Polimialgia reumática e arterite de células gigantes são diferentes manifestações clínicas de um processo patológico semelhante. Aproximadamente 40 a 50% dos pacientes com arterite temporal clínica têm polimialgia reumática, enquanto apenas cerca de 10 a 15% dos pacientes com polimialgia parecem desenvolver arterite temporal. Este dado foi confirmado em um estudo em que pacientes com polimialgia reumática que realizam biópsia de artéria temporal apresentaram arterite em 16 a 21% das biópsias, e polimialgia reumática estava presente por critérios clínicos em 40 a 60% dos pacientes com arterite temporal.

A arterite temporal é descrita como uma vasculite granulomatosa crônica de grandes e médios vasos que pode ser disseminada e que afeta, sobretudo, os ramos extracranianos da artéria carótida. Também apresenta outras denominações, como arterite craniana e arterite granulomatosa. Ocorre quase exclusivamente em pacientes com mais de 50 anos e tem predominância feminina. Apesar de envolver mais ramos cranianos originários do arco aórtico, pode ser mais disseminada.

A instalação costuma ser gradual, mas, às vezes, pode ser abrupta. Sintomas sistêmicos podem ocorrer em até metade dos pacientes; a febre usualmente é baixa, mas pode atingir até 40°C graus. A cefaleia é a manifestação mais comum, ocorrendo em cerca de 2/3 dos pacientes; costuma ser intensa e localizada em regiões temporal e occipital, mas pode ser menos localizada. Hipersensibilidade do couro cabeludo pode ocorrer e usualmente é limitada a região temporal e occipital, mas também pode ser difusa, e claudicação de mandíbula ocorre em 50% dos pacientes, podendo ocorrer claudicação de musculatura de língua.

O exame físico revela que a palpação dos ramos frontais e parietais da artéria temporal superficial revela espessamento, nodularidade e, eventualmente, áreas eritematosas; os pulsos podem ser diminuídos ou ausentes.

Perda visual uni ou bilateral ocorre em 20% dos pacientes e pode ser uma manifestação inicial da doença. Em geral, os pacientes referem escurecimento da visão (sensação de sombra) que pode evoluir para cegueira total, se não for iniciado o tratamento. O outro olho costuma estar envolvido em 1 a 2 semanas. A amaurose fugaz pode preceder perda visual em 44% dos casos; a perda visual ocorre por isquemia do nervo óptico ou de ramos da artéria oftálmica e, menos comumente, oclusão de artéria retiniana; diplopia e ptose também são frequentes.

Cerca de 30% dos pacientes podem apresentar alterações neurológicas, incluindo mononeuropatias e polineuropatias de membros, assim como acidentes isquêmicos e transitórios são descritos em alguns pacientes. Envolvimento dos ramos principais da aorta ocorre em 10 a 15% dos pacientes e pode causar claudicação de membros; sopros podem ser auscultados em região de carótida, subclávia em artérias axilares e braquiais, e os pulsos destas artérias podem ser diminuídos. Estes pacientes ainda apresentam risco de aneurisma de aorta torácica 17 vezes maior, sendo adequado realizar radiografia de tórax anual nestes pacientes para rastreamento. Característicos, embora infrequentes, no exame físico são os achados de nodularidade, sensibilidade e/ou ausência de pulsação das artérias temporais e outros vasos envolvidos.

Pacientes com achados clínicos associados com velocidade de hemossedimentação (VHS) elevada e anormalidade detectada em 80 a 96% dos casos devem levantar suspeição clínica. Um achado de infiltrado mononuclear pan-mural, que pode formar granulomas na biópsia da artéria temporal, confirma o diagnóstico. Para prevenir a perda visual, prednisona está indicada em pacientes com forte suspeita clínica até que uma biópsia temporal possa ser realizada.

Polimialgia reumática é uma condição inflamatória de etiologia desconhecida, caracterizada por dor e rigidez matinal na musculatura proximal das cinturas pélvica e escapular e cervical. Pode se desenvolver em pacientes com arterite de células gigantes ou como condição primária, tendo resposta rápida a doses baixas de corticosteroides e com prognóstico favorável. A rigidez costuma durar pelo menos 30 minutos e presença de doenças específicas, como artrite reumatoide, infecção crônica ou polimiosite, exclui o diagnóstico de polimialgia. A idade média do aparecimento é de 70 anos, e os pacientes em geral apresentam bom estado de saúde antes de iniciar a doença. Em pacientes com pelo menos 1 mês de dor e rigidez matinal no pescoço, cintura escapular e pélvica de duração de 30 minutos e VHS de pelo menos 40 mm/hora, o diagnóstico se torna extremamente provável. Os pacientes apresentam desconforto bilateral de região proximal de membros e áreas articulares, e a dor musculoesquelética piora com a movimentação de membros, afetando as atividades diárias.

O achado de maior frequência é dor em ombros, que ocorre em 70 a 95%. O envolvimento de quadris, por sua vez, ocorre em 50 a 70% dos pacientes, as dores na cintura escapular e pélvica usualmente se irradiam para cotovelos e joelhos, e o desconforto em ombros parece ser mais associado ao envolvimento de estruturas periarticulares do que por envolvimento da articulação glenoumeral. Os sintomas sistêmicos como anorexia, febre, mal-estar e perda de peso ocorrem em cerca de 1/3 dos pacientes; já manifestações distais como artrite assimétrica periférica não erosiva, síndrome do túnel do carpo e edema em mão ocorrem em até 50% dos casos.

 

Exames Laboratoriais e de Imagem

O hemograma pode mostrar leucocitose e neutrofilia, mas é a VHS que mais frequentemente se altera. Encontra-se acima de 40 mm na grande maioria dos casos, podendo ultrapassar os 100 mm. Um estudo populacional feito pela Mayo Clinic encontrou que apenas 5,4% dos pacientes tinham VHS maior que 40 mm/hora e 10,8%, menor que 50 mm/hora, embora, em outros estudos, esta proporção possa chegar até 25% dos casos. A proteína C reativa, por sua vez, parece ser mais sensível tanto para o diagnóstico quanto para predizer recidiva, assim como a interleucina-6 parece ser um bom marcador da atividade da doença. O diagnóstico de certeza pode ser feito pela biópsia da artéria temporal. A princípio, a literatura recomenda a confirmação diagnóstica com biópsia da artéria temporal, embora, na prática clínica, nem sempre se faça este procedimento. Se, ao exame físico, a artéria temporal é claramente anormal, basta apenas um pequeno pedaço da artéria para confirmação diagnóstica; porém, se a palpação da artéria for normal, é necessário um segmento de 3 a 5 cm para o diagnóstico, pois o envolvimento inflamatório do vaso costuma ter caráter intermitente e contínuo. Com este tipo de abordagem, apenas 10% das biópsias terão achados negativos.

Exames de imagem podem auxiliar no diagnóstico. Cintilografia e ressonância magnética podem ajudar no diagnóstico de sinovite; a ultrassonografia de ombros pode demonstrar bursite subacromial ou subdeltoidiana em quase todos os pacientes com polimialgia reumática. Caso exista suspeita de acometimento extracraniano da arterite temporal, pode ser realizada angiografia ou angiotomografia ou angiorressonância magnética, as quais podem demonstrar estenose ou oclusão bilateral de subclávia, axilar ou ramos da artéria braquial.

Biópsias falso-negativas podem ocorrer, mas biópsias permanecem positivas mesmo 2 semanas após a terapia com corticosteroide. Um achado de infiltrado mononuclear pan-mural que pode formar granulomas na biópsia da artéria temporal confirma o diagnóstico.

 

Critérios Diagnósticos

Os critérios diagnósticos do American College of Reumathology para arterite temporal foram estabelecidos em 1990 e são mostrados na Tabela 2.

 

Tabela 2. Critérios diagnósticos do American College of Reumathology para arterite temporal.

Critério

Definição

Idade de instalação da doença > 50 anos

Desenvolvimento dos sintomas a partir dos 50 anos de idade

Nova cefaleia

Cefaleia recente ou um novo tipo de cefaleia

Anormalidade da artéria temporal

Sensibilidade dolorosa aumentada na artéria temporal à palpação ou diminuição de sua pulsação, não relacionada à arteriosclerose ou a lesão em artérias cervicais

VHS aumentada

VHS > 50 na primeira hora, pelo método de Westgren

Anormalidade arterial na biópsia

Biópsia arterial demonstrando vasculite, caracterizada pela predominância de infiltrado de células mononucleares ou formação granulomatosa, geralmente com células gigantes multinucleadas

VHS: velocidade de hemossedimentação.

 

Para o diagnóstico, são necessários pelo menos 3 critérios diagnósticos, cuja sensibilidade é de 93,5%, com especificidade de 91,2%.

A polimialgia reumática, por sua vez, apresenta diferentes critérios diagnósticos:

 

1.   Chuang et al., 1982:

       idade > 50 anos;

       dor bilateral e rigidez matinal com pelo menos 1 hora de duração e envolvendo 2 ou mais áreas: pescoço ou dorso, ombros ou região proximais dos braços, quadris e aspectos proximais das coxas;

       VHS > 40 mm/hora;

       exclusão de outros diagnósticos.

 

2.   Healey, 1984:

       dor que persiste por pelo menos 1 mês, envolvendo ao menos duas destas áreas: pescoço, ombros e cintura pélvica;

       rigidez matinal de duração maior que 1 hora;

       resposta rápida a prednisona em dose = 20 mg/dia;

       exclusão de outras doenças que poderiam causar sintomas musculoesqueléticos;

       idade > 50 anos;

       VHS > 40mm/hora.

 

Vale lembrar que, na suspeita da arterite temporal, a presença de sinais e sintomas sistêmicos deve ser investigada, pois pode preceder a instalação do quadro visual em 2 a 3 meses. A Tabela 3 lista as principais manifestações da arterite temporal. A combinação de VHS e proteína C reativa elevadas apresenta 97% de sensibilidade e 70% de sensibilidade para o diagnóstico. O padrão-ouro para a definição diagnóstica é, como já comentado, a biópsia da artéria temporal, embora apresente resultados falso-negativos da ordem de 5 a 15%. O uso de corticosteroides não afeta os achados histológicos da artéria temporal acometida, e o seu início deve ser imediato, pela indisponibilidade de rápida realização da biópsia. Já os exames laboratoriais (VHS e PCR) devem ser colhidos antes da administração da primeira dose do corticosteroide.

 

Tabela 3. Manifestações sistêmicas da arterite de células gigantes

Cefaleia

72%

Polimialgia reumática

58%

Mal-estar

56%

Claudicação de mandíbula

40%

Febre

35%

 

Tratamento

Os corticosteroides são o esteio do tratamento para as duas situações, pois rapidamente aliviam os sintomas cranianos e sistêmicos e geralmente previnem as complicações visuais associadas com a doença. Em pacientes com polimialgia reumática, a dose inicial de 10 a 20 mg de prednisona é adequada na maioria dos casos. Em pacientes com arterite temporal, a dose usual é de prednisona 40 a 60 mg/dia; alguns autores recomendam, entretanto, 1 mg/kg de peso para ambas situações. A dose é gradualmente reduzida após o alívio dos sintomas; por exemplo, dor costuma ter rápido alívio com melhora em 48 horas. A dose de manutenção na maioria dos casos é de 10 mg/dia.

A maioria dos pacientes requer 1 a 2 anos de terapia, embora alguns pacientes possam necessitar de tratamento por até 4 anos. Eventualmente, em pacientes com perda visual aguda ou em risco eminente de perda visual pode ser pulsado com metilprednisolona 1 g EV por 3 dias. Alguns autores usam, para casos refratários, ciclofosfamida (1 g/dia, EV, por 1 dia), mas o benefício é controverso. Há longo prazo, podem ser utilizadas as dosagens de PCR, VHS e IL-6 para monitorar a dose de corticosteroide. Até o momento, nenhum agente citotóxico tem mostrado ser efetivo em reduzir a necessidade de prednisona ou diminuir o risco de efeitos colaterais. Baixa dose de aspirina pode ser benéfica em reduzir a perda visual e complicações cerebrovasculares associadas com a arterite de células gigantes.

 

PRESCRIÇÃO

Tabela 4. Prescrição sugerida para a paciente deste caso

Prescrição

Comentário

Metilprednisolona 1 g EV em 500 mL de solução fisiológica por 3 dias

A pulsoterapia é realizada por causa do quadro visual; posteriormente, pode-se diminuir para 1 mg/kg/dia, com desmame progressivo até dose em cerca de 10 mg/dia. A maioria dos pacientes precisa da medicação por mais de 1 ano.

Tiabendazol 25 mg/kg 2 vezes/dia, por 2 dias

Profilaxia de estrongiloidíase disseminada

 

OBS.: Como a paciente posteriormente precisará de dose crônica de corticosteroide, profilaxia de osteoporose deve ser realizada com cálcio (mínimo de 1 g/dia) e vitamina D (mínimo de 400 UI/dia). A densitometria óssea pode estar indicada no início do tratamento e a cada 6 meses ou anual durante o uso do corticosteroide.

 

MEDICAÇÕES

Pulsoterapia de Corticosteroide

Nas situações de emergência com risco de morte, de gravidade ou falha na terapêutica habitual, são utilizados os corticosteroides na forma de pulsoterapia, ou seja, são administradas doses elevadas em curto período (geralmente 3 dias). Utilizam-se, por essa via, de imediato os mecanismos não genômicos de atuação dos corticosteroides.

A metilprednisolona é o fármaco mais utilizado e com grande experiência e comprovação nos trials clínicos.

 

Dose

       1 g/dia durante 3 dias (10 a 30 mg/kg/dia).

Deve ser administrada diluída em solução fisiológica ou glicosada (500 mL, no mínimo em 250 mL). O tempo mínimo de administração é de 3 horas.

 

Apresentação e Nome Comercial

Metilprednisolona frascos-ampolas de 40 mg, 125 mg, 500 mg e 1.000 mg (Solu-Medrol®).

 

Contraindicações Relativas

Hipertensão arterial sistêmica, infecção atual, hiperglicemia e distúrbios hidroeletrolíticos, quando não estão sob controle clínico, passam a ser contraindicações relativas ao uso do corticosteroide.

 

Efeitos Colaterais

HAS, hipotensão, retenção hídrica, extrassístoles, ritmo juncional, bradicardia sinusal, rubor facial, convulsão, euforia, alucinações e cefaleia. Raramente, EAP e até morte súbita.

 

Tiabendazol

Modo de Ação

Inibe a enzima mitocondrial específica dos helmintos.

 

Indicações

Tratamento da estrongiloidíase e larva migrans.

 

Posologia e Modo de Uso

Dose de 50 mg/kg/dia até dose máxima de 3 g por 2 a 5 dias. Em caso de larva migrans visceral, manter tratamento por 7 dias.

 

Efeitos Adversos

Náuseas, vômitos, vertigens, diarreia, dor abdominal, anorexia, eritema multiforme e icterícia colestática.

 

Apresentações Comerciais

Thiaben®, Thiabendazol® e Tiabendazol® comprimidos de 500 mg e suspensão com 250 mg/5 mL.

 

Monitoração

Sem monitoração específica.

 

Classificação na Gravidez

Classe C. Uso na amamentação é pouco conhecido.

 

Interações Medicamentosas

Pode aumentar níveis séricos da teofilina.

 

Sais de Cálcio

Em geral, há necessidade de complemento do cálcio na dieta, principalmente em idosos acima dos 70 anos, nos quais a absorção está diminuída. O risco de calculose renal deve ser considerado nos pacientes com história de calculose anterior e quando apresentam hipercalciúria (excreção de cálcio urinário nas 24 horas maior que 4 mg/kg de peso). Deve-se avaliar a ingestão diária de cálcio antes de prescrever os suplementos. A ingestão diária recomendada de cálcio elementar na dieta varia de 1.000 a 1.500 mg/dia.

 

Tabela 5. Percentagem de cálcio elementar nos vários tipos de sais

Sal de cálcio

Cálcio elementar (%)

Carbonato de cálcio

40

Fosfato de cálcio

39

Acetato de cálcio

25

Citrato de cálcio

21

Lactato de cálcio

13

Gluconato de cálcio

9

Glucobionato de cálcio

6,5

 

Indicação

Prevenção da osteoporose, hipocalcemia e raquitismo.

 

Posologia

Dose diária de cálcio elementar: de 1.000 a 1.500 g. A suplementação de cálcio varia de 500 a 1.000 g conforme a quantidade de cálcio na dieta. Deve ser dado após as refeições, em razão de sua melhor absorção no meio ácido. Caso seja necessária apenas uma dose diária, deve ser dada à noite. Os principais tipos de sais são:

 

1.   Carbonato de cálcio: é o mais barato e comumente usado. Deve ser dado após as refeições, pois é mais bem absorvido no meio ácido. Caso seja necessária apenas uma dose diária, deve ser dada à noite. Efeitos colaterais: constipação intestinal, náuseas, dispepsia, hipercalcemia e hipercalciúria.

 

2.   Citrato de cálcio: a absorção de cálcio a partir do citrato de cálcio é superior à do carbonato de cálcio; é pouco afetada pela presença de alimentos e não sofre variação significante nos pacientes com hipo ou acloridria.

 

Efeitos Adversos

Constipação intestinal, anorexia, náuseas, vômitos, dor abdominal, cefaleia, confusão mental, hipofosfatemia, hipercalcemia, hipercalciúria e síndrome milk-alcali.

 

Apresentação

Serão descritas as apresentações dos sais de cálcio associadas ou não à vitamina D:

 

       Calcijex®: ampolas de 1 mL com 1 mcg de calcitriol. Utilizado para o tratamento da hipocalcemia em pacientes submetidos à diálise renal cronicamente.

       Calcium Sandoz® + Vitamina C: comprimidos efervescentes com 1.000 mg de carbonato e lactobionato de cálcio associado ao ácido ascórbico.

       Calcium Sandoz® F: comprimidos efervescentes com 500 mg de cálcio na forma de lactobionato e carbonato de cálcio.

       Calcium Sandoz® F F: comprimidos efervescentes com 1.000 mg de cálcio na forma de lactobionato e carbonato de cálcio.

       Calcium Sandoz F xarope®: frasco com 200 mL de glucobionato e lactobionato de cálcio.

       Os-cal 500®: comprimidos com 500 mg de cálcio na forma de carbonato de cálcio.

       Os-Cal 500 + D®: comprimidos com 500 mg de cálcio na forma de carbonato de cálcio + vitamina D 125 UI.

       Miocalven®: sachês com 500 mg de cálcio na forma de citrato de cálcio.

       Miocalven D®: sachês com 500 mg de cálcio na forma de citrato de cálcio + vitamina D.

       Aderogil D3®: solução oral em gotas com vitaminas A e D3.

       Rocaltrol: comprimidos com 0,25 mcg de calcitriol.

 

Monitoração

Cálcio, fósforo e creatinina séricos e cálcio urinário a cada 3 meses. Se houver hipercalciúria (> 4 mg/kg de peso/dia), pode-se associar diurético tiazídico com a finalidade de reduzir o risco de nefrolitíase, tendo-se cuidado para não produzir hipercalcemia.

 

Classificação na Gravidez

Classe C.

 

Interações Medicamentosas

       Diuréticos tiazídicos: aumentam o risco de hipercalcemia, principalmente se associados à inibidor do receptor da angiotensina II, inibidor da enzima de conversão da angiontensina, betabloqueadores.

       Bifosfonatos orais: diminuem a absorção dos bifosfonatos e devem ser dados após 2 horas da ingestão dos bifosfonatos.

       Digoxina: aumento do risco de arritmias.

       Hormônios tireoidianos, fenitoína, tetraciclina, sais de ferro, fosfato, quinolonas orais: diminuem a absorção destes compostos e devem ser administrados de 1 a 2 horas após ou 4 horas antes destes.

 

Vitamina D

A suplementação com vitamina D nas doses de 400 a 800 UI ou 0,25 a 0,50 mcg/dia de calcitriol é usada como tratamento adjunto às outras terapias para osteoporose, tanto antirreabsortivas quanto estimuladoras da formação óssea. Combinada com cálcio, reduz perda óssea e incidência de fraturas não vertebrais em pacientes.

 

Modo de Ação

Estimula a absorção de cálcio no intestino.

 

Indicação e Nível de Evidência

Prevenção da osteoporose, hipocalcemia.

 

Posologia

Doses de 400 a 800 UI vitamina D2 ou 0,25 a 0,50 mcg/dia de calcitriol (vitamina D3).

 

Efeitos Adversos

Sintomas gastrointestinais, hipercalcemia, hipercalciúria, calcificação metastática.

 

Apresentação

Descrita em conjunto com os sais de cálcio.

 

Monitoração

Os mesmos que os sais de cálcio.

 

Classificação na Gravidez

Classe D.

 

Interações Medicamentosas

Resinas quelantes de sais biliares e orlistat (Xenical®): diminuem a absorção de vitaminas lipossolúveis. A vitamina D deve ser administrada 2 horas antes ou depois do orlistat e 2 horas antes ou 4 horas depois das resinas.

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