Autor:
Lucas Santos Zambon
Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.
Última revisão: 12/03/2013
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Paciente do sexo masculino, 54 anos de idade, com histórico de ressecção de adenoma de paratireoide, vinha em tratamento para pneumonia, no 3º dia de claritromicina 500 mg VO a cada 12 horas. Procurou o PS com história de cãibras, fraqueza e palpitações. Exame físico sem alterações dignas de nota. Solicitados exames laboratoriais que, de interesse, mostraram cálcio iônico de 3,8 mg/dL (limite inferior de 4,5). Feito ECG por conta do relato de palpitações.
Este paciente apresentava QT longo conforme um valor de 0,48 seg de QT corrigido. A causa deste QT longo foi atribuída ao uso de claritromicina para tratamento de uma pneumonia adquirida na comunidade, associado a hipocalcemia (decorrente da ressecção do adenoma de paratireoide).
O intervalo QT corrigido (QTc) é calculado dividindo-se o intervalo QT pela raiz quadrada do intervalo RR. Estes intervalos são medidos em segundos. Vale lembrar que em um ECG, cada “quadradinho” corresponde a 0,04 seg.
QTc = QT / vRR
Um QTc longo é definido por um valor QTc > 0,44 seg.
A importância do QT longo se deve à evolução para torsades de pointes, uma taquicardia ventricular polimórfica de alto risco para morte súbita.
Dentre as diversas causas de QT longo adquirido, podemos citar como mais importantes na prática clínica os distúrbios eletrolíticos (hipocalcemia, hipocalemia e hipomagnesemia), as drogas antiarrítmicas (quinidina, procainamida, amiodarona, sotalol), alguns antibióticos (macrolídeos, quinolonas respiratórias e voriconazol) e outras drogas, como antidepressivos tricíclicos, haloperidol, risperidona, metadona, ondansetrona e domperidona.
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6. Khan IA. Long QT syndrome: diagnosis and management. Am Heart J 2002; 143:7.
"Caro Carlos, Na verdade, o intervalo Qt pode sofrer pequenas variações em função da frequência cardíaca, uma vez que ele demonstra o período de repolarização que precede nova despolarização. Por isso mesmo, para diagnóstico de alterações patológicas do Qt, utilizamos o intervalo QT corrigido (QTc), que é calculado dividindo-se o intervalo QT pela raiz quadrada do intervalo RR. Esperamos ter ajudado, Atenciosamente, Os Editores"
"O prolongamento do intervalo QT pode está associado a FC ? Gostaria de uma explicação. Obrigado."
"Prezada Ana Luiza, O prolongamento do intervalo QT ocorre de modo uniforme em todas as derivações. Como a medida do intervalo se inicia pela onda Q, as derivações analisadas devem demonstrar nitidamente o início desta onda e o final da onda T. A derivação analisada pode ser aquela que demonstrar melhor esse intervalo. Atenciosamente, Os editores"
"Qual a melhor derivação para o cálculo do QTc? Obrigada."
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