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Nódulo frio de tireoide

Autor:

Rodrigo Antonio Brandão Neto

Médico Assistente da Disciplina de Emergências Clínicas do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP

Última revisão: 29/04/2014

Comentários de assinantes: 1

         Paciente de 36 anos,  do sexo feminino com nódulo palpável de tireoide, na investigação realizou cintilografia que revelou a seguinte imagem:

 

 

 

 

Comentários

         A imagem da cintilografia revela um nódulo frio de tireoide. Os nódulos de tireoide constituem a principal forma de apresentação clínica dos cânceres dessa glândula. Nódulos tireoidianos são extremamente comuns, sendo facilmente detectados pela palpação quando maiores que 1,5-2cm. Nódulos palpáveis podem ser encontrados em 5-6,5% das mulheres e em 0,8-1,5% dos homens adultos. Essa prevalência é ainda maior se a investigação for feita com ultrassonografia, que é capaz de detectar nódulos em 20-70% da população adulta (muitos dos quais sem qualquer significado clínico). Entretanto, apenas uma pequena proporção dos nódulos palpáveis (cerca de 5%) é maligna. Dessa forma, a primeira tarefa do médico que avalia um paciente com nódulo tireoidiano é discriminar se a lesão é benigna ou maligna.

         Microcarcinomas da tireoide, que são definidos lesões <10mm, são encontrados em 5-36% dos adultos em autópsias ou em cirurgias da tireoide realizadas por outros motivos. Seu significado clínico é incerto e alguns autores recomendam apenas observação, embora este ano seja a conduta habitual.    

         A cintilografia é um exame útil para definir o status funcional de um Nódulos quentes, ou produtores de hormônio, que são quase sempre (99%) benignos. Os nódulos frios têm uma chance aproximada de 15% de malignidade. A cintilografia deve ser reservada para pacientes com nódulos tireoidianos e tireotoxicose não servindo para investigação habitual de nódulos da tireoide .

         A ultrassonografia de tireoide, principalmente utilizando aparelhos de última geração, permite estudo anatômico detalhado dos nódulos, e identificação de características que podem estar associadas com maior risco de malignidade. Presença de microcalcificações,bordas irregulares e hipoecogenicidade são achados sugestivos de malignidade. Porém, a especificidade destas características é relativamente baixa (66%).

A adição do Doppler aumenta a acurácia diagnóstica: ausência de vascularização ou vascularização exclusivamente periférica são dados sugestivos de benignidade, ao passo que vascularização predominante ou exclusivamente central sugere doença maligna.A ultrassonografia pode ainda ajudar a realização de punção aspirativa de tireoide com agulha fina, facilitando a coleta de material e reduzindo a necessidade de novas punções por coleta inadequada de material.

         O principal exame para diferenciar nódulos benignos e malignos (tanto em nódulos únicos quanto múltiplos) é a punção aspirativa de tireoide com agulha fina que consegue diagnosticar carcinomas papilífero, medular e anaplásico com segurança (frequência de falsos-positivos e falsos-negativos menor que 5%). A análise citológica do material da punção não é capaz, no entanto, de diferenciar lesões foliculares benignas (adenomas) de malignas (carcinomas). Nesta situação, a exérese cirúrgica da lesão fornece material para o exame histopatológico, no qual a presença de invasão vascular ou da cápsula tumoral sela o diagnóstico de malignidade. Vinte por cento das lesões foliculares são malignas.

A investigação de disfunção tireoidiana deve ser feita em todos os casos, através da dosagem de TSH. No caso de alterações do TSH, outros exames podem ser necessários.

Comentários

Por: paulo mateus fiorio pereira em 05/10/2014 às 11:52:16

"Na suspeita de nódulo, devemos solicitar US com Doppler para avaliação probabilística de malignidade. O diagnóstico definitivo, respeitando os cerca de 5% de falsos positivos ou negativos, é pela PAAF. Se estivermos diante de lesões foliculares, nem o US nem a PAAF podem ajudar. Aqui, o US identifica a lesão como folicular e indica a cirurgia."

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