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Eletrocardiograma de um maratonista qual o achado?

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 12/05/2014

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Especialidades: Cardiologia / Medicina Esportiva

 

Quadro Clínico

         Paciente do sexo masculino,  26 anos, maratonista profissional, fez eletrocardiograma para check-up periódico. Qual o principal achado deste eletrocardiograma?

 

Imagem 1 – Eletrocardiograma do maratonista

 

 

Diagnóstico e Discussão

         Neste eletrocardiograma podemos observar de forma nítida na derivação D2 longa (parte inferior do ECG) a presença de um BLOQUEIO ATRIOVENTRICULAR DE 2o GRAU, do tipo MOBITZ I.

         Os bloqueios atrioventriculares (BAV) são definidos por um atraso ou interrupção na transmissão de um impulso, de forma transitória ou permanente, dos átrios para os ventrículos. Isso ocorre devido a uma deficiência anatômica ou funcional no sistema de condução.

         A condução é  intermitente no caso do BAV de 2o grau, sendo que alguns impulsos atriais não atingem os ventrículos.

         Wenckebach descreveu um atraso progressivo entre as contrações atrial e ventricular, com a ocorrência de eventual falha de um batimento atrial para alcançar os ventrículos. Mobitz posteriormente dividiu os BAVs de 2o grau em dois subtipos, conforme determinado pelos achados no eletrocardiograma (ECG). No caso do BAV de 2o grau do tipo I, o intervalo PR tem um progressivo prolongamento até que ocorra uma onda P  que não conduz.

         Um BAV de 2o grau Mobitz I normalmente não produz sintomas. Este BAV pode ocorrer em indivíduos normais que têm grande tônus vagal, como em jovens atletas que têm grande condicionamento quando estão em repouso. O Mobitz I chega a ser descrito em 2 a 10% dos corredores de longas distâncias. O prognóstico nesses casos é excelente, pois aparentemente o BAV não progride para formas mais graves.

 

Bibliografia

Wenckebach KF. Zur Analyse der unregelmässigen Pulses. Ztschr klin Med 1899; 36:181.

Mobitz W. Über die unvollständige Störung der Erregungsüberleitung zwischen Vorhof und Kammer des menschlichen Herzens. Z Gesamte Exp Med 1924; 41:180.

Peuch P, Groileau R, Guimond C. Incidence of different types of A-V block and their localization by His bundle recordings. In: The Conduction System of the Heart, Wellens HJJ, Lie KI, Janse MJ (Eds), Stenfert, Leiden, 1976. p.467.

Friedman HS, Gomes JA, Haft JI. An analysis of Wenckebach periodicity. J Electrocardiol 1975; 8:307.

 

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