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Lesões Bolhosas

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 23/11/2015

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Quadro Clínico

Paciente masculino, 28 anos, previamente hígido, procura o pronto-socorro com história de dor torácica em queimação em hemitórax esquerdo há sete dias, contínua, e associada ao surgimento das seguintes lesões nos últimos dois dias:

 

Imagem 1 – Tórax do Paciente

 

 

Diagnóstico e Discussão

Este paciente apresenta ao exame físico lesões pápulo-eritematosas e vesículo-eritematosas, confluentes, que acompanham o trajeto de um dermátomo.

Sendo assim, a melhor hipótese diagnóstica para este caso é de ser um Herpes Zoster.

O vírus da varicela-zoster (VZV) provoca a infecção clinicamente duas formas distintas. A infecção primária, também conhecida como varicela ou catapora, é caracterizada por lesões vesiculares em diferentes estágios de desenvolvimento na face, no tronco e nas extremidades. Já o Herpes Zoster resulta da reativação de uma infecção latente de VZV endógena dentro do gânglio sensorial. Esta forma clínica da doença é caracterizada por uma erupção vesicular unilateral dolorosa, o que geralmente ocorre em um dermátomo. Apesar de a Herpes Zoster ocorrer em qualquer idade, é principalmente uma doença de adultos mais velhos (> 60 anos).

A complicação mais comum deste quadro clínico é neuralgia pós-herpética. A incidência desta complicação é de 10 a 15%, sendo que indivíduos com mais de 60 anos correspondem a pelo menos 50% dos casos. Sendo assim, um dos objetivos da terapia é evitar a neuralgia pós-herpética. Outros objetivos incluem: diminuir a severidade e a duração da dor associada com neurite aguda, promover a cicatrização mais rápida de lesões de pele, evitar a formação de nova lesão e diminuir o risco de transmissão para indivíduos suscetíveis.

A base do tratamento é a utilização de antivirais que inibem a replicação viral. Os que mostram benefício são o Aciclovir, o Valaciclovir e o Famciclovir. As doses são as seguintes, sempre por sete dias:

 

Aciclovir: 800mg VO 5x/dia

Valaciclovir: 1000mg VO 3x/dia.

Fanciclovir: 500 a 750mg VO 3x/dia.

 

Bibliografia

Gnann JW Jr, Whitley RJ. Clinical practice. Herpes zoster. N Engl J Med 2002; 347:340.

 

Dworkin RH, Johnson RW, Breuer J, et al. Recommendations for the management of herpes zoster. Clin Infect Dis 2007; 44 Suppl 1:S1.

Comentários

Por: Atendimento MedicinaNET em 24/11/2015 às 09:50:00

"Caro Rolantre, Esta é uma excelente pergunta. A despeito de não haver recomendações formais, o racional hoje é não realizar rastreamento de neoplasia oculta nesses casos. De fato, seu apontamento é real, mas trata-se apenas de uma possibilidade. O que sabemos hoje é que uma manifestação como um Zoster (ou uma TVP) pode preceder em anos a manifestação neoplásica, fazendo com que muitas investigações gerem gastos, desgaste ao paciente, mas sem benefício. Por outro lado, se o paciente for objetivamente sintomático para uma possível neoplasia, você pode investigar, mas apenas de forma direcionada, sem necessidade de fazer rastreamentos múltiplos e concomitantes. Esperamos ter ajudado. Atenciosamente, Os Editores"

Por: Rolantre Lopes da Cruz em 21/11/2015 às 00:04:55

"Boa noite, Dr. Lucas. Existe uma situação no contexto do Herpes-Zoster que me intriga. Mesmo no caso clínico em questão acima, em que o paciente é previamente hígido e não possui diagnóstico de neoplasia; me preocupo com a "VAGA POSSIBILIDADE" de haver neoplasia ainda não diagnosticada e na verdade o caso ser "QUADRO DE HERPES-ZOSTER DENTRO DA SÍNDROME PARANEOPLÁSICA". Em que situação devemos rastrear para neoplasia? Grato."

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