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Pólipo na Vesícula Biliar

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 11/02/2016

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Quadro Clínico

Paciente feminina,  42 anos, passou em atendimento por quadro dispéptico de longa data. Sintomatologia bastante sugestiva de doença biliar calculosa. Foi submetida à ultrassonografia de abdômen que surpreendeu ao demonstrar uma imagem suspeita de pólipo (imagem 1). Esse diagnóstico ainda veio a ser confirmado por realização de ultrassom endoscópico (imagem 2).

 

Imagem 1- Presença de pólipo na vesícula biliar ao ultrassom de abdômen

 

 

 

Imagem 2- Presença de pólipo na vesícula biliar ao ultrassom endoscópico

 

 

 

Discussão

 

Os pólipos da vesícula biliar são excrescências da parede mucosa da vesícula biliar. Eles são geralmente encontrados incidentalmente em ultrassonografia ou após colecistectomia. Quando detectados na ultrassonografia, o seu significado clínico refere-se em grande parte ao seu potencial maligno. A maioria dessas lesões não são neoplásicas, mas são hiperplásticas ou representam depósitos de lipídios (colesterolose). Os exames de imagem isoladamente não são suficientemente específicos para excluir a possibilidade de carcinoma da vesícula biliar ou adenomas pré-malignos. Além disso, até mesmo lesões benignas podem, ocasionalmente, levar a sintomas semelhantes aos causados por pedras da vesícula biliar.

Pólipos da vesícula biliar foram observados em 0,004 a 13,8 % de vesículas biliares ressecadas, e em 1,5 a 4,5 % de vesículas biliares avaliadas por ultrassonografias.

Como regra geral, essas lesões podem ser classificadas como benignas ou malignas. A lesão neoplásica benigna mais comum é um adenoma. Tumores benignos mesodérmicos, como mioma e lipomas são raros.

As lesões não neoplásicas benignas mais comuns (pseudotumores) são pólipos de colesterol (a presença das quais é referida como "colesterolose"), seguido por adenomiomas (a presença das quais é referida como "adenomiomatose"), e pólipos inflamatórios. Colesterolose e adenomiomatose são anomalias da mucosa da vesícula biliar.

A lesão maligna mais comum na vesícula biliar é o adenocarcinoma. Adenocarcinomas da vesícula biliar são muito mais comuns do que os adenomas da vesícula biliar, em contraste com o cólon onde adenomas são muito mais comuns do que os adenocarcinomas. Carcinomas de células escamosas, cistadenomas mucinosos, e adenoacantomas da vesícula biliar são raros.

 

Referências

Yang HL, Sun YG, Wang Z. Polypoid lesions of the gallbladder: diagnosis and indications for surgery. Br J Surg 1992; 79:227.

 

Jørgensen T, Jensen KH. Polyps in the gallbladder. A prevalence study. Scand J Gastroenterol 1990; 25:281.

 

Christensen AH, Ishak KG. Benign tumors and pseudotumors of the gallbladder. Report of 180 cases. Arch Pathol 1970; 90:423

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