Autor:
Lucas Santos Zambon
Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.
Última revisão: 02/05/2016
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Mulher de 68 anos vem tendo perda de peso nos últimos seis meses associada à alteração de hábito intestinal, dor abdominal e diarreia. O exame físico demonstrava um aumento da hepatimetria e uma massa palpável no flanco direito. A paciente foi submetida a uma tomografia de abdômen e pelve, e os principais achados podem ser vistos nas imagens 1 e 2.
Imagem 1 – Tomografia de abdômen
Imagem 2 – Tomografia de pelve
Nas imagens pode ser vista uma massa no cólon ascendente (imagem 1) e imagens hepáticas sugestivas de metástases. A paciente foi submetida à colonoscopia posteriormente e foi diagnosticado um câncer de cólon.
O câncer colorretal (CCR) é uma doença comum e letal. Nos EUA são diagnosticados mais de 130 mil novos casos por ano e estima-se que quase 50.000 pacientes morram anualmente da doença. No mundo todo é uma das causas mais frequentes de morte por câncer.
Normalmente, o CCR pode se apresentar com sintomas sugestivos, mas pode ser diagnosticado em indivíduos assintomáticos em exames de rastreamento ou em casos de emergência como obstrução intestinal, peritonite ou um sangramento digestivo baixo. Os sintomas associados com CCR incluem hematoquezia ou melena, dor abdominal, anemia ferropriva inexplicável e mudança nos hábitos intestinais, além de distensão abdominal e náuseas e vômitos, que podem ser indicadores de obstrução.
Cerca de 20% dos pacientes tem metástases na apresentação. Os locais mais comuns das metástases são os linfonodos regionais, o fígado, os pulmões e o peritônio. Os pacientes podem apresentar sinais ou sintomas relacionados com qualquer um desses domínios. A presença de dor no quadrante superior direito, distensão abdominal, saciedade precoce, adenopatia supraclavicular ou nódulos periumbilicais são geralmente sinais de doença avançada, muitas vezes metastática. Apresentamos nas Tabelas 1 e 2 o sistema TNM para estadiamento dos pacientes.
Tabela 1 - Sistema TNM 7a edição
Tumor primário (T) | |
Tx |
Tumor primário não pode ser acessado |
T0 |
Sem evidência de tumor primário |
Tis |
Carcinoma in situ (intraepitelial ou invasão da lâmina própria) |
T1 |
Tumor invade submucosa |
T2 |
Tumor invade a muscular própria |
T3 |
Tumor invade tecidos pericolorretais |
T4a |
Tumor penetra a superfície do peritônio visceral |
T4b |
Tumor invade ou é aderente a outros órgãos ou estruturas |
Linfonodo Regional (N) | |
Nx |
Linfonodo regional não pode ser acessado |
N0 |
Sem evidência de metástase em linfonodo regional |
N1a |
Metástase em 1 linfonodo regional |
N1b |
Metástase em 2 a 3 linfonodos regionais |
N1c |
Depósito de tumor em tecido perirretal ou pericólico subseroso, mesentérico, ou não peritonializado, sem linfonodo regional acometido |
N2a |
Metástase em 4 a 6 linfonodos regionais |
N2b |
Metástase em 7 ou mais linfonodos regionais |
Metástase à Distância (M) | |
M0 |
Sem metástase à distância |
M1a |
Metástase em apenas 1 órgão ou local (fígado, pulmão, ovário, linfonodo não regional) |
M1b |
Metástase em mais de um local /órgão ou no peritônio |
Tabela 2 - Estadiamento
Estadio |
T |
N |
M |
0 |
Tis |
N0 |
M0 |
I |
T1 |
N0 |
M0 |
T2 |
N0 |
M0 | |
IIA |
T3 |
N0 |
M0 |
IIB |
T4a |
N0 |
M0 |
IIC |
T4b |
N0 |
M0 |
IIIA |
T1-2 |
N1/N1c |
M0 |
T1 |
N2a |
M0 | |
IIIB |
T3-T4a |
N1/N1c |
M0 |
T2-T3 |
N2a |
M0 | |
T1-T2 |
N2b |
M0 | |
IIIC |
T4a |
N2a |
M0 |
T3-T4a |
N2b |
M0 | |
T4b |
N1-N2 |
M0 | |
IVA |
Qualquer T |
Qualquer N |
M1a |
IVB |
Qualquer T |
Qualquer N |
M1b |
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