Autor:
Rodrigo Antonio Brandão Neto
Médico Assistente da Disciplina de Emergências Clínicas do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP
Última revisão: 16/06/2017
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Paciente de 58 anos de idade com lesão na mão e com flutuação. Tem antecedente de malformação arteriovenosa na mão; em acompanhamento em outro serviço, com intervenção cirúrgica há cerca de 2 meses, apresentou aumento da lesão na mão com saída de secreção purulenta. A Figura 1 mostra a lesão e suas complicações.
Figura 1 - Lesão na mão e suas complicações.
Paciente com história de malformação vascular, com lesão elevada; a saída de secreção purulenta demonstra infecção secundária. O diagnóstico de malformações vasculares é extenso, sendo elas subdivididas em malformações de alto fluxo e de baixo fluxo. As de alto fluxo incluem as arteriais, as arteriovenosas e as fístulas arteriovenosas. As de baixo fluxo incluem as venosas, as linfáticas ou as capilares.
As malformações venosas têm um amplo espectro, variando de ectasias isoladas até lesões volumosas ocupando tecidos e órgãos. Essas malformações apresentam coloração azulada e são compressíveis; não apresentam frêmito e somente em casos raros são totalmente erradicadas. A maioria delas é esporádica e, em 93% dos casos, unifocal. A síndrome de malformações venosas mucocutâneas hereditárias é, com frequência, multifocal e não tem predileção por sexo.
As malformações arteriais têm alto fluxo e incluem aneurismas, estenoses, ectasias e malformações arteriovenosas. Entre estas, está a síndrome de Parkes-Weber ? condição em que os pacientes apresentam lesão rosada e difusa, podendo apresentar supercrescimento, com malformação arteriovenosa ocorrendo em 77% dos casos em membros inferiores e em 23% dos casos em membros superiores, sem envolvimento de tecido nervoso. A síndrome de Klippel-Trenaunay também envolve extremidades, e, assim como a síndrome de Parkes-Weber, pode cursar com macromelia, que é o aumento da extremidade, varicosidades importantes e manchas rosadas ou violáceas.
A lesão do paciente aqui relatado não era acompanhada de macromelia ou varicosidades, e era parcialmente compressível; não tinha frêmito, porém não foi realizado exame complementar para verificar se seria de alto ou baixo fluxo para confirmar que se tratava de malformação venosa. O paciente foi avaliado pela equipe de cirurgia que drenou um pequeno abscesso local, tendo sido iniciada a antibioticoterapia com encaminhamento do doente para o serviço de origem.
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