Sensibilidade do teste rápido de Influenza para o vírus da Influenza A H1N1 (de origem suína) em crianças1 [Link para Abstract].
A pandemia de influenza A H1N1 de origem suína (S-OIV) faz com que testes diagnósticos práticos e com boa acurácia sejam urgentemente avaliados para sua utilidade clínica potencial. A performance do teste rápido de influenza para o S-OIV é desconhecida, com os poucos estudos existentes realizados em populações mistas (adultos e crianças) mostrando sensibilidades de 11 a 69%. Uma vez que uma nova temporada de circulação viral se aproxima é importante conhecermos a performance de um teste rápido para influenza. Desta forma os autores realizaram o presente estudo com o objetivo de avaliar a sensibilidade e a acurácia do teste rápido para Influenza em crianças.
Trata-se de um estudo prospectivo de testes diagnósticos em que crianças de
A sensibilidade do TRVI foi de 62% (IC95% 52 – 70%) para o S-OIV, com uma especificidade de 99% (IC95% 92 – 100%). A sensibilidade do DFA foi de 83% (IC95% 75 – 89%), sendo superior à do TRVI (p<0,001). A sensibilidade do TRVI para o S-OIV foi semelhante à sensibilidade do teste para o influenza sazonal, utilizando a DFA + cultura como padrão ouro. A sensibilidade do teste rápido foi significativamente maior para crianças = 5 anos (71%; p=0,003) e para pacientes com 2 dias ou menos de sintomas (70%; p<0,001). Os autores concluem que embora a sensibilidade do teste rápido para detectar o influenza A H1N1 de origem suína seja maior que a previamente relatada, ela ainda permanece aquém do ideal.
Os resultados deste estudo já foram demonstrados previamente, inclusive citados nas últimas recomendações do CDC (Centers for Diseases Control and Prevention)2. Durante a circulação do vírus influenza, um TRVI positivo confirma a infecção, mas um TRVI negativo não a exclui. Desta forma, frente a um teste rápido negativo, que é oferecido em muitos serviços privados no Brasil (e em alguns serviços públicos), é fundamental que o médico considere que ainda assim (em
Com base nestas considerações estes editores acreditam que o uso TRVI como rotina na epidemia de S-OIV não deva ser utilizada, uma vez que, no melhor cenário, 30% dos testes negativos são falso-negativos. Os autores do estudo comentam que talvez o teste rápido tenha algum espaço na abordagem de crianças pequenas (< 5 anos) que chegam precocemente ao serviço de saúde (< 48h de sintomas). Entretanto, estudos de custo-eficácia ainda são necessários para avaliar se existe algum benefício real de se incluir o TRVI na abordagem de crianças com síndrome gripal aguda durante uma epidemia de S-OIV
1. Hawkes M, Richardson SE, Ipp M, Schuh S, Adachi D, Tran D. Sensitivity of Rapid Influenza Diagnostic Testing for Swine-Origin
2. Centers for Disease Control and Prevention. Interim guidance for the detection of novel influenza A virus using rapid influenza diagnostic tests. Available at: www.cdc.gov/h1n1flu/ guidance/rapid_testing.htm. Accessed September15, 2009