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CPAP Para Prevenir Evento Cardiovascular em Apnéia Obstrutiva do Sono

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 23/12/2016

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Contexto Clínico

Além dos tradicionais fatores de risco cardiovascular (hipertensão, diabetes melito, dislipidemia, tabagismo), a síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS) também já foi demonstrada como sendo associada ao aumento do risco de eventos cardiovasculares. Uma das estratégias terapêuticas é o uso de pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP). Entretanto, ainda há dúvidas se esse tratamento previne eventos cardiovasculares.

 

 

O Estudo

Neste estudo, foram randomizados 2.717 adultos elegíveis entre 45 e 75 anos de idade, os quais tinham SAOS de moderada a grave, bem como doença coronária ou cerebrovascular (DCV). Os braços do estudo foram o tratamento com CPAP mais cuidados habituais (grupo CPAP) ou com cuidados usuais (grupo de cuidados habituais). O ponto final primário composto foi: morte cardiovascular (MC), infarto agudo do miocárdio (IAM), acidente vascular cerebral (AVC) ou hospitalização por angina instável (AI), insuficiência cardíaca (IC) ou ataque isquêmico transitório (AIT). Os desfechos secundários incluíram outros desencadeamentos cardiovasculares, de saúde, relacionados com qualidade de vida, sintomas de ronco, sonolência diurna e humor.

A maioria dos participantes era composta por homens que tinham SAOS de moderada a grave e sonolência mínima. No grupo CPAP, a duração média da adesão à terapia CPAP foi de 3,3 horas por noite, e o índice de apneia (hipopneia) - IAH (isto é, o número de eventos de apneia ou hipopneia por hora de gravação) diminuiu de 29,0 eventos por hora na linha de base para 3,7 eventos por hora durante o follow-up. Após um seguimento médio de 3,7 anos, um evento de desfecho primário ocorreu em 229 participantes no grupo CPAP (17,0%) e em 207 no grupo de cuidados habituais (15,4%): taxa de risco com CPAP, 1,10; IC 95%, 0,91-1,32; P = 0,34. Não foi observado efeito significativo sobre qualquer outro desfecho avaliado. O uso de CPAP reduziu significativamente o ronco e a sonolência diurna, havendo melhora na saúde relacionada a qualidade de vida e humor.

 

Aplicação Prática

 

Constata-se que o uso de CPAP, neste estudo, em pacientes com SAOS de moderada a grave foi apenas um bom controlador de sintomas. A terapia com CPAP mais cuidados habituais, em comparação com o tratamento com cuidados habituais isoladamente, não impediu a ocorrência de eventos cardiovasculares em pacientes com SAOS de moderada a grave e DCV estabelecida. O papel desta terapêutica parece restrito a diminuição de ronco, sonolência diurna e qualidade de vida.

 

 

 

Bibliografia

 

McEvoy RD et al. CPAP for Prevention of Cardiovascular Events in Obstructive Sleep Apnea. N Engl J Med 2016; 375:919-931.

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