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Oxigênio no Longo Prazo Para DPOC com Queda Moderada de Saturação

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 15/02/2017

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Contexto Clínico

O tratamento a longo prazo com oxigênio suplementar tem eficácia desconhecida em doentes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) estável com dessaturação moderada induzida por exercício ou em repouso.

 

 

O Estudo

Este é um estudo concebido para testar se o tratamento a longo prazo com oxigênio suplementar resultaria em um tempo maior para a morte em comparação com o não uso de oxigênio suplementar entre os pacientes com DPOC estável com dessaturação de repouso moderada (saturação periférica de oxigênio, medida pela oximetria de pulso [SpO2], 89 a 93%).

Após 7 meses e randomização de 34 pacientes, o julgamento foi redesenhado para incluir também indivíduos que tinham DPOC estável com dessaturação induzida por exercício moderado (durante o teste de caminhada de 6min, SpO2 =80% para =5min e <90% para =10s) e para incorporar o tempo para a primeira hospitalização por qualquer causa no novo desfecho primário composto.

Os pacientes foram distribuídos de forma aleatória, na proporção de 1:1, para receber ou não, a longo prazo, oxigênio suplementar: grupo suplementar de oxigênio e grupo sem suplementação de oxigênio. No grupo suplementar de oxigênio, os indivíduos com dessaturação em repouso foram prescritos para usar oxigênio por 24 horas, e aqueles com dessaturação somente durante o exercício, para usá-lo durante o exercício e o sono. Um total de 738 pacientes em 42 centros foram seguidos de 1?6 anos.

Em uma análise de tempo para o evento, não foram encontradas diferenças significativas entre o grupo suplementar de oxigênio e o grupo sem suplementação de oxigênio para morte ou primeira hospitalização (hazard ratio, 0,94; IC 95%, 0,79?1,12; P = 0,52), nem nas taxas de todas as hospitalizações (razão da taxa, 1,01; IC 95%, 0,91?1,13), exacerbações da DPOC (razão da taxa, 1,08; IC 95%, 0,98?1,19) e hospitalizações relacionados com DPOC (razão da taxa, 0,99; IC 95%, 0,83?1,17). Também não houve diferenças relevantes entre os grupos nas medidas de qualidade de vida, função pulmonar, bem como na distância percorrida em 6 minutos.

 

Aplicação Prática

 Em pacientes com DPOC estável em repouso ou dessaturação moderada induzida pelo exercício, a prescrição de oxigênio suplementar a longo prazo não resultou em um tempo maior para morte ou primeira hospitalização, nem trouxe qualquer benefício no que diz respeito a uma série de resultados secundários medidos. Com base nos dados da literatura e nas melhores evidências disponíveis, recomenda-se ficar com o uso de oxigenoterapia de longa duração como algo que deve ser prescrito para prolongar a sobrevida em pacientes com DPOC que têm hipoxemia grave de repouso (PaO2 =55mmHg ou SpO2 <88%), em ar ambiente.

 

 

Bibliografia

 The Long-Term Oxygen Treatment Trial Research Group. A Randomized Trial of Long-Term Oxygen for COPD with Moderate Desaturation. N Engl J Med 2016; 375:1617-1627.

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