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Ácido Tranexamico para Cirurgia Coronaria

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 26/04/2017

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Contexto Clínico

O ácido tranexâmico reduz o risco de sangramento entre os pacientes submetidos à cirurgia cardíaca, embora não esteja claro se o seu uso leva a melhores resultados. Uma das preocupações é que ele possa ter efeitos protrombóticos e pró-convulsivos.

 

O Estudo

Esse é um estudo randomizado em que pacientes programados para serem submetidos à cirurgia coronariana, em risco de complicações perioperatórias, receberam ácido acetilsalicílico ou placebo e ácido tranexâmico ou placebo. Os resultados da comparação do ácido tranexâmico são aqui relatados. O desfecho primário foi um composto de morte e complicações trombóticas (infarto do miocárdio não fatal, acidente vascular cerebral, embolia pulmonar, insuficiência renal ou infarto intestinal) no prazo de 30 dias após a cirurgia.

Dos 4.662 pacientes que estavam inscritos e consentiram, 4.631 foram submetidos à cirurgia e tinham dados de desfechos disponíveis; 2.311 foram atribuídos ao grupo de ácido tranexâmico e 2.320 ao grupo de placebo. Um evento primário ocorreu em 386 (16,7%) no grupo de ácido tranexâmico e em 420 (18,1%) no grupo de placebo (RR, 0,92; IC 95%, 0,81?1,05; P = 0,22). O número total de unidades de sangue transfundidas durante a hospitalização foi de 4.331 no grupo de ácido tranexâmico e de 7.994 no grupo de placebo (P <0,001). Ocorreram hemorragias maiores ou tamponamento cardíaco que levaram à reoperação em 1,4% dos pacientes do grupo de ácido tranexâmico e em 2,8% no grupo de placebo (P = 0,001); as convulsões ocorreram em 0,7% e 0,1%, respectivamente (P = 0,002).

 

Aplicação prática

 

Entre os pacientes submetidos à cirurgia coronariana, o ácido tranexâmico foi associado a um menor risco de sangramento do que o placebo, sem maior risco de morte ou complicações trombóticas em até 30 dias após a cirurgia. Entretanto, ele ocasionou um maior risco de crises convulsivas no pós-operatório. O seu uso parece ser uma opção interessante para diminuir as complicações hemorrágicas e a necessidade de transfusão sem aumentar os desfechos graves primários. Há mais chance de convulsões, mas este pode ser um risco tolerável, de acordo com as circunstâncias, e contanto que se discutam as opções com o paciente.

 

Bibliografia

 

Myles PS et al. Tranexamic Acid in Patients Undergoing Coronary-Artery Surgery. N Engl J Med 2017; 376:136-148

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