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Crizanlizumabe para Prevenção de Crise Falciforme

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 12/07/2017

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Contexto Clínico

 

A sub-regulação da P-selectina em células endoteliais e plaquetas contribui para as interações célula-célula que estão envolvidas na patogênese da vaso-oclusão e crises de dor falciforme. A segurança e a eficácia do crizanlizumabe, um anticorpo contra a molécula de adesão P-selectina, foram avaliadas em pacientes com doença falciforme.

 

O Estudo

 

Neste estudo duplo-cego, randomizado, controlado com placebo, fase 2, os pacientes foram alocados para receber doses baixas de crizanlizumabe (2,5mg/kg), doses elevadas de crizanlizumabe (5,0mg/kg) ou placebo, administradas, por via intravenosa, 14 vezes ao longo de um período de 52 semanas. Os doentes que estavam recebendo hidroxiureia de forma concomitante, bem como aqueles que não estavam recebendo hidroxiureia, foram incluídos no estudo.

O desfecho primário foi a taxa anual de crises de dor relacionadas com células falciformes. A taxa anual de dias hospitalizados, os tempos de primeira e segunda crises, as taxas anuais de crises não complicadas (definidas como outras crises que não a síndrome torácica aguda, sequestro hepático, sequestro esplênico ou priapismo) e a síndrome torácica aguda também foram avaliados.

Um total de 198 pacientes foi submetido à randomização em 60 locais. A taxa mediana de crises por ano foi de 1,63 com doses elevadas de crizanlizumabe versus 2,98 com placebo (indicando uma taxa 45,3% menor com doses elevadas de crizanlizumabe, P = 0,01). O tempo mediano até a primeira crise foi bem maior com a alta dose de crizanlizumabe do que com o placebo (4,07 versus 1,38 meses, P = 0,001), assim como o tempo mediano até a segunda crise (10,32 versus 5,09 meses, P = 0,02).

A taxa mediana de crises não complicadas por ano foi de 1,08 com doses elevadas de crizanlizumabe, em comparação com 2,91 com placebo (indicando uma taxa 62,9% menor com doses elevadas de crizanlizumabe, P = 0,02). Os eventos adversos ocorreram em 10% ou mais dos doentes em qualquer grupo de tratamento ativo e em uma frequência que era, pelo menos, duas vezes superior à do grupo placebo, incluindo ocorrência de artralgia, diarreia, prurido, vômitos e dor no peito.

 

Aplicação Prática

 

Com base neste interessante ensaio clínico para uma doença que carece de novos tratamentos, em pacientes com doença falciforme, a terapêutica com crizanlizumabe resultou em uma taxa bem mais baixa de crises de dor relacionadas com células falciformes do que com uso de placebo, além de estar associada a uma baixa incidência de eventos adversos. Sendo assim, o crizanlizumabe parece ser um medicamento promissor para esse perfil de pacientes.

 

Bibliografia

 

Ataga HI et al. Crizanlizumab for the Prevention of Pain Crises in Sickle Cell Disease. N Engl J Med 2017; 376:429-439.

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