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Dissecção Completa ou Observação para Linfonodo Sentinela em Melanoma

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 20/10/2017

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Contexto Clínico

 

A biópsia do nódulo linfático sentinela está associada ao aumento da sobrevivência específica do melanoma (isto é, a sobrevivência até a morte por melanoma) entre pacientes com melanomas de espessura intermediária (1,2 a 3,5mm). Todavia, o valor da dissecção do linfonodo para pacientes com metástases de nódulos sentinelas não é claro.

 

O Estudo

 

Foi realizado um ensaio clínico internacional, no qual pacientes com metástases de nódulos sentinelas detectados por meio de avaliação patológica padrão ou de um ensaio molecular multimarquista foram randomizados para a eliminação imediata do linfonodo (grupo de dissecação) ou observação linfonodal com ultrassonografia (grupo de observação). O ponto final primário foi a sobrevivência específica do melanoma. Os pontos finais secundários incluíram a sobrevivência livre de doença e a taxa cumulativa de metástase do linfonodo não terminal.

A dissecação do linfonodo não foi associada ao aumento da sobrevivência específica do melanoma entre 1.934 pacientes com dados que poderiam ser avaliados em uma análise de intenção de tratar ou entre 1.755 pacientes na análise por protocolo. Na análise por protocolo, a taxa média (± SE) de 3 anos de sobrevivência específica do melanoma foi semelhante no grupo de dissecção e no grupo de observação (86 ± 1,3% e 86 ± 1,2%, respectivamente; P = 0,42 por teste log-rank) em uma mediana de seguimento de 43 meses.

A taxa de sobrevida livre de doença foi ligeiramente maior no grupo de dissecção do que no de observação (68 ± 1,7% e 63 ± 1,7%, respectivamente; P = 0,05 pelo teste log-rank) com 3 anos, com base em um aumento na taxa de controle de doença nos linfonodos regionais com 3 anos (92 ± 1,0% versus 77 ± 1,5%; P <0,001 pelo teste log-rank). Esses resultados devem ser interpretados com cautela.

As metástases em linfonodos não intestinais, identificadas em 11,5% dos pacientes no grupo de dissecação, foram um fator prognóstico forte e independente para a recorrência (hazard ratio [HR], 1,78; P = 0,005). O linfedema foi observado em 24,1% dos pacientes no grupo de dissecção e em 6,3% no grupo de observação.

 

Aplicação Prática

 

Este estudo é bastante interessante, e sua conclusão é que a dissecação do linfonodo aumentou a taxa de controle regional da doença e forneceu informação prognóstica, mas não aumentou a sobrevivência específica do melanoma em pacientes com melanoma e metástases de linfonodos sentinelas. Além disso, praticamente 1 em cada 4 pacientes evoluiu com linfedema no grupo dissecção, um evento adverso que pode levar a pior qualidade de vida. Não parece ser uma estratégia a ser adotada no perfil de casos estudados.

  

  Bibliografia

 

Faries MB et al. Completion Dissection or Observation for Sentinel-Node Metastasis in Melanoma. N Engl J Med 2017; 376:2211-2222.

 

 

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