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Contraste com Água ou Óleo em Histerossalpingografia em Mulheres Inférteis

Autor:

Lucas Santos Zambon

Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.

Última revisão: 06/11/2017

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Contexto Clínico

 

As taxas de gravidez entre as mulheres inférteis tendem a aumentar após a realização de histerossalpingografia durante a investigação da infertilidade, mas não está claro se o tipo de meio de contraste utilizado (contraste à base de óleo ou solúvel em água) influencia esse potencial efeito terapêutico.

 

O Estudo

 

Foi realizado um estudo multicêntrico e randomizado em 27 hospitais na Holanda, onde as mulheres inférteis que estavam passando por histerossalpingografia foram aleatoriamente designadas para serem submetidas a esse procedimento com o uso de contraste à base de óleo ou de água. Posteriormente, os casais passaram por um gerenciamento expectante ou as mulheres foram submetidas à inseminação intrauterina. O resultado primário avaliado foi haver gravidez em curso dentro de 6 meses após a randomização. Os resultados foram analisados de acordo com o princípio da intenção de tratar.

Um total de 1.119 mulheres foi distribuído de forma aleatória para histerossalpingografia com contraste de óleo (557 mulheres) ou contraste de água (562 mulheres). Um total de 220 de 554 mulheres no grupo do óleo (39,7%) e um total de 161 de 554 mulheres no grupo da água (29,1%) tiveram uma gravidez em curso (taxa de 1,37; IC 95% [CI], 1,16 a 1,61; P <0,001); 214 de 552 mulheres no grupo do óleo (38,8%) e 155 de 552 mulheres no grupo da água (28,1%) tiveram nascidos vivos (taxa de 1,38; IC 95%, 1,17 a 1,64; P <0.001). As taxas de eventos adversos foram baixas e similares nos dois grupos.

 

Aplicação Prática

 

Este estudo é bastante interessante. A modernidade vem trazendo desafios à fertilidade feminina, e investigações exaustivas são feitas antes de se partir para uma alternativa como a fertilização in vitro. Em muitos casos, a histerossalpingografia é necessária na investigação, mas, às vezes, pode ter efeito terapêutico. Investigar se há algum fator adicional influenciando esse efeito é fundamental, pois pode motivar a adoção de um padrão único.

Com base no estudo, verifica-se que as taxas de gravidez em curso e os nascidos vivos foram maiores entre as mulheres submetidas à histerossalpingografia com contraste de óleo do que entre as submetidas a esse procedimento com contraste de água. Sendo assim, parece bastante razoável realizar o exame com contraste de óleo de rotina, pelo menos em investigações de fertilidade.

 

Bibliografia

 

Dreyer K et al. Oil-Based or Water-Based Contrast for Hysterosalpingography in Infertile Women.  N Engl J Med 2017; 376:2043-2052.

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