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Procedimentos Especiais para os Hemocomponentes

Última revisão: 20/08/2009

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Reproduzido de:

Guia para o Uso de Hemocomponentes

Série A. Normas e Manuais Técnicos [Link Livre para o Documento Original]

MINISTÉRIO DA SAÚDE

Secretaria de Atenção à Saúde

Departamento de Atenção Especializada

Brasília / DF – 2008

 

5 Procedimentos Especiais para os Hemocomponentes

Algumas situações na clínica hemoterápica exigem cuidados adicionais na transfusão dos hemocomponentes entre eles a desleucocitação, irradiação, lavagem com solução salina e fenotipagem.

 

5.1 DESLEUCOCITAÇÃO

É um procedimento realizado através de filtros específicos para remoção de leucócitos de um componente sanguíneo celular (glóbulos vermelhos e plaquetas). Uma unidade de sangue total contém cerca de 2 a 3 x 109 leucócitos. O componente desleucocitado deve conter menos que 5 x 106 leucócitos. Com este procedimento ocorre redução de 99% dos leucócitos no produto inicial, restando no produto final menos que 5 x 106 leucócitos.

Está indicado nas prevenções de complicações relacionadas à transfusão de hemocomponentes alogênicos devido à exposição do receptor aos leucócitos do doador.

 

Indicações

      Hemoglobinopatias.

      Anemias hemolíticas hereditárias.

      História de duas reações febris não-hemolíticas.

      Síndromes de imunodeficiências congênitas.

      Transplante de medula óssea.

      Anemia aplástica.

      Leucemia mielóide aguda.

      Doenças onco-hematológicas graves até esclarecimento diagnóstico.

      Prevenção de Infecção para CMV nas seguintes situações:

-      Paciente HIV positivo com sorologia negativa para CMV.

-      Candidato a transplante de órgãos e medula óssea se doador e receptor forem negativos para CMV.

-      Transfusão intra-uterina.

-      Gestantes com sorologia não-reativa ou desconhecida para CMV.

-      Recém-nascidos prematuros e de baixo peso (1.200 g) de mães CMV negativas ou com sorologia desconhecida.

 

5.2 IRRADIAÇÃO

A irradiação dos hemocomponentes é realizada para a prevenção da doença do enxerto versus hospedeiro associada à transfusão (DECH-AT), complicação imunológica usualmente fatal, causada pela enxertia e expansão clonal dos linfócitos do doador em receptores suscetíveis. Com a finalidade de prevenir esta complicação, os hemocomponentes celulares (concentrado de hemácias e de plaquetas) devem ser submetidos à irradiação gama na dose de, pelo menos, 2500 cGy (25 Gy), impossibilitando a multiplicação dos linfócitos.

 

Indicações

      Transfusão intra-uterina.

      Exsanguíneo-transfusão, obrigatoriamente, quando houver transfusão intra-uterina prévia.

      Recém-nascidos prematuros (inferior a 28 semanas) e/ou de baixo peso (1.200g).

      Portadores de imunodeficiências congênitas graves.

      Pós transplante de medula óssea autólogo ou alogênico.

      Pós transplante com células de cordão umbilical.

      Pacientes tratados com análogos da purina; fludarabina, cladribine, deoxicoformicina.

      Receptor de transplante de coração ou pulmão.

      Portadores de linfomas, leucemia mielóide aguda e anemia aplástica em uso de imunossupressor.

      Receptor de concentrado de plaquetas HLA compatíveis.

      Quando o receptor tiver qualquer grau de parentesco com o doador.

 

5.3 LAVAGEM COM SOLUÇÃO SALINA

É obtida através de lavagens dos hemocomponentes celulares (glóbulos vermelhos e plaquetas) com solução isotônica de cloreto de sódio estéril em quantidade suficiente (1 a 3 litros), com a finalidade de eliminar a maior quantidade possível de plasma. Este procedimento é realizado no Banco de Sangue e/ou unidade de hemoterapia através de fluxo laminar.

 

Indicações

      Reações alérgicas.

      Pacientes deficientes de IgA com história prévia de reação anafilática durante transfusões anteriores.

 

5.4 FENOTIPAGEM DE ANTÍGENOS ERITROCITÁRIOS

Indicações

      Receptores do sexo feminino em idade fértil com Pesquisa de Anticorpos Irregulares (PAI) negativa realizar transfusão de glóbulos vermelhos K1 negativo.

      Receptor com PAI positiva realizar transfusão de concentrado de hemácias (CH) antígeno negativo para o anticorpo em questão. É recomendável a realização de fenotipagem para os antígenos mais imunogênicos dos sistemas Rh (E, e, C e c), Kell (K1).

      Recomenda-se para pacientes que não apresentam anticorpos anti-eritrocitários que estão ou poderão entrar em esquema de transfusão crônica a utilização de concentrado de hemácias fenotipadas compatíveis, principalmente para os sistemas mais imunogênicos (Rh, Kell, Duffy, Kidd e MNS).

 

5.5 AQUECIMENTO DE HEMOCOMPONENTES

Consiste no aquecimento de hemocomponentes através de equipamentos especiais e em temperatura controlada.

 

Indicações

      Paciente adulto que receberá sangue ou plasma em velocidade superior a 15 ml/kg/hora por mais de 30 minutos.

      Paciente pediátrico que receberá sangue ou plasma em velocidade superior a 15 ml/kg/hora.74

      Transfusões maciças (administração aguda de volume superior a uma vez e meia a volemia do paciente, ou a reposição com sangue estocado equivalente ao volume sanguíneo total de um paciente, em 24 horas).

      Paciente com altos títulos de anticorpo hemolítico frio com alta amplitude térmica, que reage a 370C.

      Pacientes portadores de fenômeno de Raynaud.

      Exsanguíneo-transfusão.

 

Contra-indicação: os componentes plaquetários não devem ser aquecidos devido à alteração de sua função.

 

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