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Sulfonamídeos e Antissépticos Urinários

Última revisão: 16/09/2015

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Reproduzido de:

Formulário Terapêutico Nacional 2010: Rename 2010 [Link Livre para o Documento Original]

Série B. Textos Básicos de Saúde

MINISTÉRIO DA SAÚDE

Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos

Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos

Brasília / DF – 2010

 

        5.1.5 Sulfonamídeos e antissépticos urinários

Fernando de Sá Del Fiol e Maria Inês de Toledo

 

A quimioterapia moderna teve início com a introdução das sulfonamidas em 1935, alterando de modo significante as relações entre doenças infectantes e seres humanos. Com a disponibilidade desses fármacos, houve a possibilidade da administração sistêmica de substâncias com propriedades antimicrobianas, dotadas de toxicidade seletiva. São fármacos bacteriostáticos que, por sua semelhança de estrutura com o PABA (ácido p-aminobenzoico), impedem a síntese de ácido fólico bacteriano pela inibição competitiva da di-hidropteroato sintase, enzima responsável pela incorporação de PABA ao ácido di-hidropteroico1. As sulfonamidas associadas à trimetoprima apresentam grande atividade sinérgica, isto porque a trimetoprima inibe a folato redutase bacteriana, passo seguinte da inibição promovida pelas sulfonamidas. Importante notar que a célula humana também possui essa mesma enzima, que é muito menos afetada em virtude de afinidade da trimetoprima 100.000 vezes maior para a enzima bacteriana2.

Nitrofurantoína: trata-se de nitrofurano sintético utilizado na prevenção e tratamento de infecções do trato urinário. Seu mecanismo de ação ainda não é completamente conhecido, sugerindo-se uma ação muito semelhante às quinolonas no DNA bacteriano3 (ver monografia, página 872).

Sulfadiazina: absorvida por via oral, com tempo de meia-vida em torno de 10 horas. Pode ser utilizada no tratamento de infecções urinárias não complicadas e toxoplasmose (em associação com pirimetamina)4 (ver monografia, página 962).

Sulfametoxazol + trimetoprima: o mesmo perfil farmacocinético dos dois fármacos permitiu sua combinação em doses fixas, apresentando-se, até hoje, como a mais reconhecida associação entre agentes antimicrobianos. Seu espectro de atividade antimicrobiana abrange grande número de bactérias gram-positivas e gram-negativas: N. gonorrhoeae, N. meningitidis, S. pneumoniae, S. aureus, S. epidermidis, H. influenzae, S. typhi, C. trachomatis, C. diphteriae, H. ducrey, N. asteroides, P. carinii, P. pseudomallei, Escherichia coli, P. mirabilis, E. aerogenes, K. pneumoniae. No entanto, sulfametoxazol + trimetoprima não é ativo contra P. aeruginosa, Bacteroides fragilis (e outros anaeróbios), Treponema pallidum e enterococos. Indica-se esta combinação em quase todas as formas de infecções urinárias. Não é recomendada no primeiro e terceiro trimestre da gravidez4. Pode ser opção no tratamento de infecções por S. typhi, eliminando o estado de portador. Tem uso indicado em shigeloses, especialmente nas induzidas por cepas resistentes à ampicilina, diarreia infantil causada por Escherichia coli, profilaxia da diarreia dos viajantes e cólera. Sulfametoxazol + trimetoprima tem ainda indicação no tratamento da bronquite aguda, otite média, pneumonite e no tratamento de pneumonia pneumocística em pacientes imunodeprimidos (causada por Pneumocystis jiroveci, anteriormente denominado P. carinii)5 (ver monografia, página 965).

 

Referências

1.MANDELL, G.L.; BENNETT, J.E.; DOLIN, R. Mandell, Douglas, and Bennett’s principles and practice of infectious diseases. 6.ed. Philadelphia: Churchill Livingstone, 2005. 2 v.

2.HITCHINGS, G. T. The biochemical basis for the antimicrobial activity of septrin. In: BERNSTEIN, L. S.; SALTER, A. J. (Eds.). Trimethropin/Sulphametoxazole in bacterial infections. Edinburgh: Churchil Livingstone, 1973. p. 7-16.

3.SENGUPTA, S. et al. DNA damage and prophage induction and toxicity of nitrofurantoin in Escherichia coli and Vibrio cholerae cells. Mutat Res., Amsterdam, v. 244, n. 1, p. 55-60, 1990.

4.KLASCO RK. (Ed.). DRUGDEX® System. Greenwood Village: Thomson Micromedex, 2009. Disponível em: <http://www.portaldapesquisa.com.br>

5.REESE, R. E.; BETTS, R. F.; GUMUSTOP, B. Handbook of antibiotics. 3. ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2000. p. 446-462.

 

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