Última revisão: 16/09/2015
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Formulário Terapêutico Nacional 2010: Rename 2010 [Link Livre para o Documento Original]
Série B. Textos Básicos de Saúde
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos
Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos
Brasília / DF – 2010
A leishmaníase é doença endêmica em várias regiões brasileiras, causada por protozoários do gênero Leishmania. Os vetores são os mosquitos flebotomíneos e os reservatórios naturais outros mamíferos que não o homem, como roedores e cães. A possibilidade de infecção de animais domésticos torna a ocorrência de surtos comum em algumas áreas do país. As formas clínicas da doença têm variedade configurando diferente gravidade: visceral (“kala-azar” adaptado como “Calazar”)1, cutânea, cutânea difusa, mucocutânea e lesões nodulares iniciais. A forma cutânea com frequência se cura espontaneamente, mas lesões mais extensas requerem tratamento. O diagnóstico precoce favorece a cura e evita a progressão para formas mais graves da doença.
O tratamento tradicionalmente envolve compostos de antimônio. No entanto, outras possibilidades de tratamento são propostas, uma vez que os antimoniais são tóxicos, o tratamento é doloroso e há indícios de emergência de resistência. Como fator complicador, os ensaios clínicos até agora têm baixa qualidade metodológica. Revisão Cochrane de 38 ensaios com total de 2728 participantes mostrou que a maioria dos estudos não permite prova conclusiva sobre as diferentes opções terapêuticas2.
Todos os medicamentos usados na leishmaníase apresentam efeitos adversos discretos a graves. O tratamento deve ser cuidadosamente monitorado.
Antimoniato de meglumina é composto de antimônio pentavalente disponível no Brasil e constitui a escolha em todas as formas de leishmaníase. A forma mucocutânea não responde tão bem ao antimonial e há frequente recorrência. Pentamidina ou anfotericina B podem ser empregadas nestes casos. De outro lado, o tratamento bem-sucedido pode induzir grave inflamação ao redor das lesões, até fatal se comprometer laringe ou traqueia, devendo ser tratada simultaneamente com corticosteroides1 (ver monografia, página 401).
Anfotericina B é a segunda linha de tratamento para leishmaníase dos tipos mucocutânea e visceral, quando houver falha do antimonial. Pode também ser associada ao antimonial nesta situação (ver monografia, página 396).
Pentamidina é utilizada no caso de insucesso com antimônio nas formas visceral, mucocutânea e cutânea difusa e para tratamento da leishmaníase cutânea causada por L. guyanensis1. Embora a resposta inicial seja boa, o índice de recidiva é muito alto (ver monografia, página 786).
1.WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHO model formulary 2008. Geneva: WHO, 2008. Disponível em: <http://www.who.int/entity/selection_ medicines/list/WMF2008.pdf>.
2.GONZÁLEZ, U. Interventions for American cutaneous and mucocutaneous leishmaniasis. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 9, 2010. Art. No. CD004834. DOI: 10.1002/14651858. CD004834.pub2. Disponível em: <http://cochrane.bvsalud.org/portal/php/index. php>.
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