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Agentes Tensoativos Pulmonares e Outros que Atuam na SDR em Neonatos

Última revisão: 17/09/2015

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Reproduzido de:

Formulário Terapêutico Nacional 2010: Rename 2010 [Link Livre para o Documento Original]

Série B. Textos Básicos de Saúde

MINISTÉRIO DA SAÚDE

Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos

Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos

Brasília / DF – 2010

 

16.2  Agentes tensoativos pulmonares e outros que atuam na síndrome do desconforto respiratório em neonatos

 

Mirian Parente Monteiro

 

Betametasona, exerce potente atividade glicocorticoide e insignificante mineralocorticoide. Tem sido usada em grávidas sob risco de parto prematuro (ver item 3.2, página 96) (ver monografia, página 355).

Surfactantes pulmonares são compostos com propriedades similares aquelas de substâncias naturais com ação surfactante encontradas no pulmão as quais auxiliam a manter a patência das vias aéreas reduzindo a tensão superficial dos fluidos pulmonares. Bêbes prematuros têm deficiência de surfactante de tal forma que os alvéolos podem colapsar levando ao desconforto respiratório. Surfactantes pulmonares exógenos são usados no tratamento da síndrome do desconforto respiratório (SDR) em bebês prematuros, e podem também ser usados para prevenção nos bebês em risco de desenvolver a síndrome. A SDR pode ser contornada ou prevenida administrando-se um substituto de surfactante natural através de tubo endotraqueal. O primeiro surfactante artificial foi o colfosceril palmitato. Revisão sistemática de 8 estudos aleatorizados concluiu que a terapia profilática com surfactante em bebês sob risco de desenvolver SDR tem um efeito maior na melhoria dos desfechos clínicos do que o uso de surfactantes administrados seletivamente aos bebês com SDR já estabelecida. O uso profilático de surfactantes tem mostrado decrescer o risco de pneumotórax, enfisema intersticial pulmonar e mortalidade. A ventilação  mecânica  pode  contribuir para injúria nos bebês prematuros com SDR, e uma outra revisão sistemática de 6 estudos aleatorizados concluiu que utilizar precocemente terapia surfactante com desintubação para pressão positiva das vias aéreas está associada com menos necessidade de ventilação mecânica, menor incidência de displasia bronco pulmonar e menos síndromes respiratórias comparada com uso posterior e seletivo do surfactante quando a SDR já agravou-se requerendo ventilação mecânica. O beractanto é um surfactante derivado de pulmão de vaca, enquanto alfa poractanto é derivado de pulmão de porco. Em estudo com 146 bebês com SDR a mortalidade no 28º dia foi 31% no grupo que recebeu alfa poractanto comparado com 51% no grupo de bebês que não tinham recebido o tratamento. Se os bebês não respondem a primeira dose do surfactante, metade da dose pode ser dada após 12 e 24 horas. Bebês que receberam doses repetidas tiveram menor taxa de mortalidade no 28º dia do que aqueles que receberam dose única (13% versus 21%). Além disso, revisão sistemática  de 3 estudos mostrou que doses múltiplas do surfactante têm maior benefício que uma dose única.

Beractanto no tratamento da SDR é tão efetivo quanto o colfosceril palmitato em reduzir morte e displasia broncopulmonar. O desfecho da prevenção ou tratamento pode ser influenciado pelo peso ao nascer e uso de esteroides antes do parto. Muitos dos efeitos adversos do beractanto são relacionados ao esquema de dose. Desconetar o ventilador para administrar beractanto pode resultar em bradicardia ou queda na saturação de oxigênio. Em alguns estudos, a taxa de hemorragia intracraniana tem sido maior em pacientes tratados com beractanto do que no grupo controle. Esse efeito não é visto quando resultados de todos os ensaios controlados são agrupados. A síndrome de aspiração do mecônio produz desconforto respiratório em crianças nascidas a termo ou tardiamente e é uma consequência das perturbações do sistema surfactante pulmonar. Doses em bolo de surfactante pulmonar exógeno são de benefício em algumas crianças sob ventilação, embora lavagem pulmonar com surfactantes diluídos ainda esteja sob investigação. Revisão sistemática de 4 estudos controlados randomizados avaliando o efeito dos surfactantes pulmonares encontraram resultados encorajadores, embora comparação com outros tratamentos estabelecidos para síndrome de aspiração do mecônio permaneça por ser realizada9 (ver monografia, página 422).

Alfaporactanto utilizado em bebês com risco de SDR mostrou que a taxa de mortalidade neonatal foi 15% quando o fármaco foi usado para profilaxia e 25% quando o mesmo foi usado para tratamento. Entretanto, a profilaxia não tem uma vantagem significante na prevenção da doença pulmonar crônica do recém-nascido. Os clínicos têm a escolha de usar beractanto ou poractanto. Ensaios comparativos sugerem que poractanto melhora a oxigenação mais rapidamente. Alfaporactanto endotraqueal moderadamente melhora a oxigenação em algumas crianças com SDR agudo secundário a doença pulmonar ou sistêmica (ver monografia, página 382).

 

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