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Eletrocardiograma 13

Autores:

Fernando de Paula Machado

Médico pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Residência em Clínica Médica no Hospital das Clínicas da FMUSP (HC-FMUSP). Residência em Cardiologia pelo Instituto do Coração (InCor) do HC-FMUSP. Médico Diarista do Pronto-Atendimento do Hospital Sírio-Libânes.

Leonardo Vieira da Rosa

Médico Cardiologista pelo Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Médico Assistente da Unidade de Terapia Intensiva do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Doutorando em Cardiologia do InCor-HC-FMUSP. Médico Cardiologista da Unidade Coronariana do Hospital Sírio Libanês.

Última revisão: 01/04/2019

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Quadro Clínico

Homem tabagista de 45 anos com pré-síncope aos esforços e dispnéia intensa há 12 horas.

Eletrocardiograma do paciente

 

Ver diagnóstico abaixo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Interpretação

1 - FC 63 regular

2 - Intervalo PR-0,20ms;

3 - Onda P com padrão de sobrecarga por fase negativa em V1 aumentada (duração maior que 0,04s e amplitude > 1mm).

4 - QRS com eixo em  – 30 graus (desviado para a esquerda); Duração do QRS normal

5 - Padrão de Sobrecarga Ventricular Esquerda com Índice de Sokolow-Lyon (S de V1 + R de V5  > 35 mm), critério de Cornell ( R de aVL > 28 mm em homens); criério de Romhilt-Estes  > 5 pontos;

6 - Onda T com alteração de repolarização padrão “Strain” em  derivações laterais (sem uso de digital ou quinidina)

7 - QTc 395 (normal).

8 – Ritmo Sinusal

 

Diagnóstico

            O eletrocardiograma do paciente é típico de Hipertrofia de Ventrículo Esquerdo (HVE). Este paciente tinha Hipertensão Arterial Sistêmica grave e mal controlada, chegando ao PS em edema agudo de pulmão hipertensivo (PA 260x160). Na investigação o ecodopplercardiograma confirmou a hipertrofia ventricular (espessura de septo e parede posterior de 20 mm).    

            A presença de critérios eletrocardiográficos para HVE identifica um subgrupo de pacientes  com significante aumento de morbidade e mortalidade  cardiovascular. Naqueles pacientes com hipertensão, o estudo LIFE demonstrou diminuição dos critérios para sobrecarga ventricular (sokolow-Lyon e Cornell) com tratamento anti-hipertensivo otimizado. Neste estudo, verificou-se diminuição da massa ventricular na avaliação ecocardiográfica,  o que determinou menor  mortalidade cardiovascular.

 

Comentário

Índices utilizados no diagnóstico:

 

         Índice de Sokolow-Lyon

S de V1 ou V2 + R de V5 ou V6 = 35 mm (sensibilidade = 45%; especificidade = 95%)

 

         Índice de Lewis

[(R1 + S3) – (R3 + S1)] = 17 mm

ü  R1 e R3 = R em D1 e D3

ü  S1 e S3 = S em D1 e D3

 

         Critério de Cornell

S em V3 + R em aVL > 20 mm em mulher e 28 mm  em homem.

 

         Critério de Romhilt e Estes

Devido a baixa sensibilidade e especificidade dos índices citados quando usados isoladamente, utiliza-se preferencialmente o sistema de contagem de pontos (sensibilidade = 60%; especificidade = 90%).

 

Vale 3 pontos cada critério:

ü  Amplitude de S em V1 ou V2 ou do R em V5 ou V6 = 30 mm.

ü  Crescimento do AE pelo índice de Morris.

ü  Alteração do ST e da onda T tipo strain – sem digitálico 3 pontos; com digitálico 1 ponto.

 

Vale 2 pontos cada critério:

ü  Desvio do eixo elétrico do QRS para a esquerda, além de -30°.

 

Vale 1 ponto cada critério:

ü  Aumento da duração do QRS > 100 ms.

ü  Tempo da deflexão intrinsecóide aumentado em V5 ou V6 (= 50 ms).

 

HVE provável

ü  Quando a soma alcança 4 pontos.

HVE definida

ü  Quando a soma alcança 5 pontos.

 

Em presença de BRE

         R em aVL > 11 mm

         S em V1 + R em V6 > 40 mm

         S em V2 > 30 mm ou S em V3 > 25 mm

 

Em presença de HBAE

         R em aVL > 13 mm

         S em V1 + R em V6 > 25 mm

         S em D3 > 15 mm

 

Sobrecarga sistólica do VE

         Representa o aumento da massa muscular do VE em resposta ao estresse imposto por uma sobrecarga de pressão.

         As causas mais freqüentes são:

ü  Cardiopatia hipertensiva

ü  Estenose aórtica

ü  Coarctação da aorta

         Os critérios diagnósticos utilizados são os mesmos da HVE, acrescidos de:

ü  Discreto infradesnível do ponto j e do segmento ST em V5-V6.

ü  Onda T negativa e assimétrica em V5-V6.

 

Sobrecarga diastólica do VE

         Representa o crescimento ventricular em resposta ao estresse imposto por uma sobrecarga de volume.

         As causas mais freqüentes são:

ü  Insuficiência mitral

ü  Insuficiência aórtica

ü  Comunicação interventricular

ü  PCA

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