Autor:
Lucas Santos Zambon
Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.
Última revisão: 18/05/2012
Comentários de assinantes: 0
Especialidades / Áreas de Atuação: Medicina de Emergência / Cirurgia Vascular / Medicina Hospitalar / Radiologia
Paciente do sexo feminino, 39 anos de idade, sem antecedentes pessoais, procurou pronto-socorro com história de dor em membros inferiores de início há um dia. Ao exame físico, apresentava-se em regular estado geral, com Glasgow 15, PA 80x60 mmHg, FC 130 bpm, FR 24 cpm, Sat 88% e membros inferiores com intenso edema e livedo simétricos bilateralmente, além de uma diminuição da palpação dos pulsos pediosos, poplíteos e femorais também de forma simétrica bilateralmente. Foi aventada a hipótese de uma dissecção de aorta e foi realizada angiotomografia para elucidar o quadro.
Imagem 1. Aspecto dos membros inferiores da paciente na chegada ao pronto-socorro.
Imagem 2. Angiotomografia. A seta vermelha mostra a aorta contrastada e com sua luz preservada, sem sinais de dissecção ou outras alterações. A seta azul mostra a veia cava intensamente dilatada e trombosada, como pode ser percebido pelo detalhe da transição de densidade entre a área trombosada e a área não trombosada (logo abaixo do fígado).
Imagem 3. Tomografia de tórax mostrando TEP na artéria pulmonar à direita (seta azul mostra falha de enchimento).
Imagem 4. Tomografia de tórax mostrando TEP na artéria pulmonar à esquerda (seta azul mostra falha de enchimento).
Apesar da hipótese diagnóstica de uma dissecção de aorta, a tomografia contratada desta paciente revelou algo diferente. Na verdade, a paciente apresentava uma TVP imensa, que acometia a maior parte da veia cava inferior e as veias femorais, além de um TEP bilateral. Os achados de dor e edema bilateral em membros inferiores ocorreram exatamente por conta da TVP acometendo a veia cava inferior. Já a dificuldade de palpação de pulsos acabou sendo atribuída ao edema de grandes proporções que acometeu as pernas da paciente, dificultando a palpação das artérias, a despeito destas estarem normais.
1. Goodacre S. In the clinic. Deep venous thrombosis. Ann Intern Med 2008; 149:ITC3.
2. Goodacre S, Sutton AJ, Sampson FC. Meta-analysis: The value of clinical assessment in the diagnosis of deep venous thrombosis. Ann Intern Med 2005; 143:129.
3. Qaseem A, Snow V, Barry P, Hornbake ER, Rodnick JE, Tobolic T, et al. Current diagnosis of venous thromboembolism in primary care: a clinical practice guideline from the American Academy of Family Physicians and the American College of Physicians. Ann Intern Med 2007; 146(6):454-8.
O MedicinaNET é o maior portal médico em português. Reúne recursos indispensáveis e conteúdos de ponta contextualizados à realidade brasileira, sendo a melhor ferramenta de consulta para tomada de decisões rápidas e eficazes.
Medicinanet Informações de Medicina S/A Cnpj: 11.012.848/0001-57 | info@medicinanet.com.br |
MedicinaNET - Todos os direitos reservados.
Em função da pandemia do Coronavírus informamos que não estaremos prestando atendimento telefônico temporariamente. Permanecemos com suporte aos nossos inscritos através do e-mail info@medicinanet.com.br.