Autor:
Lucas Santos Zambon
Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.
Última revisão: 16/03/2016
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Paciente masculino, 87 anos, teve queda da própria altura em casa, vindo a cair sobre o braço direito. Está com uma dor 10 em 10 e não consegue movimentar o braço. Ao chegar à emergência, após exame físico, é realizada radiografia que demonstra o achado descrito na imagem 1.
Imagem 1- Fratura de Clavícula Direita
Notamos nessa radiografia uma Fratura de Clavícula. As fraturas da clavícula são classificadas por localização, com cerca de 69% ocorrendo no terço medial, 28% do meio no terço distal e 3% no terço proximal. A maioria das fraturas da clavícula é causada por uma queda sobre o ombro; acidentes de trânsito e esportes representam a maioria das fraturas entre os jovens. Fraturas agudas do terço proximal da clavícula muitas vezes resultam de trauma de alta energia e estão associadas com lesões internas graves. Nesses casos de trauma de alta energia é importante avaliar os sinais vitais e realizar um exame neurovascular e pulmonar.
Fraturas do terço médio da clavícula são frequentemente associadas com deslocamento e trituração. Em geral, uma radiografia anteroposterior é suficiente para a avaliação. Em casos de fraturas expostas, fratura da clavícula completamente deslocada (deslocamento maior do que uma largura do osso), ou com comprometimento neurovascular, é necessária avaliação ortopédica de emergência.
A conduta para pacientes com fraturas do terço médio sem deslocamento ou minimamente deslocadas é tratamento com imobilização com tipoia, analgésicos e reabilitação. Para pacientes com deslocamento completo que recusam cirurgia, imobilização usando um curativo em oito pode ajudar a corrigir ou prevenir encurtamento.
Clinicamente, as fraturas da clavícula distal são facilmente confundidas com separações acromioclaviculares. As radiografias são necessárias para diferenciar entre os dois. Encaminhamento ortopédico é recomendado para a maioria das fraturas de clavícula distal.
Já as fraturas agudas da clavícula proximal devem alertar o médico para a possibilidade de ferimentos internos graves. Na maioria dos casos, a avaliação é realizada no departamento de emergência. Se não houver lesões associadas e a fratura sem deslocamento, o tratamento envolve imobilização. As fraturas por estresse desenvolvem-se insidiosamente por esforço repetitivo na clavícula proximal relacionada com uma série de atividades, incluindo remo e ginástica. O tratamento conservador é geralmente bem sucedido.
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