Autor:
Rodrigo Antonio Brandão Neto
Médico Assistente da Disciplina de Emergências Clínicas do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP
Última revisão: 10/05/2017
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Paciente com dor torácica e dispneia aguda
Paciente de 52 anos de idade, sexo feminino, chega ao departamento de emergência referindo dor torácica em hemitórax esquerdo associada a dispneia de início há 4 horas com piora progressiva. Nega irradiação da dor, outros sintomas associados e relação com esforço/repouso. Tem antecedente de hipertensão arterial sistêmica e obesidade grau 2; usa amlodipina, 10mg/dia.
Ao exame, apresenta: frequência cardíaca (FC), 110BPM; frequência respiratória (FR), 32RPM; pressão arterial (PA), 105x76; Sat, 87?; T, 35,9; ausculta respiratória e cardiovascular com MV+ s/RA; BRNF 2T sem sopros; boa perfusão periférica; pulsos cheios e simétricos em quatro membros; abdome globoso, indolor, RHA+ s/VCM; MID com edema 1+/4+, MIE com edema 3+/4+, com uma diferença de 3,8cm no diâmetro das duas panturrilhas.
Realizou gasometria arterial com achado de pH 7,47 pO2 50 pCO2 21 Bic 25 BE + 0,5 SatO2 85%.
As Figuras 1 e 2 mostram o eletrocardiograma (ECG) e a radiografia de tórax.
ECG: Eletrocardiograma.
Figura 1 - ECG.
Figura 2 - Radiografia de tórax.
Trata-se de paciente com quadro de dor torácica súbita evoluindo com insuficiência respiratória de rápida progressão do tipo 1, ou seja, hipoxêmica, sem distúrbio ventilatório, o que poderia ocorrer em caso de obesidade. Considerando que a paciente apresenta radiografia de tórax sem infiltrados pulmonares e apenas com leve abaulamento do arco pulmonar, e achados que não conseguem justificar a hipoxemia, a principal hipótese diagnóstica é de tromboembolismo pulmonar.
A paciente evoluiu rapidamente com instabilidade hemodinâmica antes que se pudesse realizar tomografia computadorizada de tórax com protocolo para tromboembolismo; entretanto, uma ultrassonografia doppler point of care na sala de emergência demonstrou taquicardia sinusal e alterações de segmento ST com padrão S1-Q3-T3, as quais são relativamente específicas para tromboembolismo pulmonar.
Apesar da realização de trombólise, a paciente evoluiu para óbito, que na avaliação necroscópica confirmou tromboembolismo pulmonar agudo.
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