Última revisão: 17/09/2015
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Reproduzido de:
Formulário Terapêutico Nacional 2010: Rename 2010 [Link Livre para o Documento Original]
Série B. Textos Básicos de Saúde
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos
Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos
Brasília / DF – 2010
Marcus Tolentino Silva
Choque é termo médico que se refere a uma condição nosológica que afeta subitamente o equilíbrio hemodinâmico, geralmente manifestada por insuficiência na perfusão ou oxigenação de órgãos vitais, como cérebro, coração e rins. O choque pode ser classificado como: cardiogênico (resultante da diminuição do débito cardíaco em cardiopatias); hipovolêmico (relacionado a perda sanguínea importante); e vasodilatador (também conhecido como anafilático, associado a reação alérgica ou a infecção bacteriana parenteral ou a dano no sistema nervoso que causa vasodilatação e queda da pressão arterial). Além de focar a causa etiológica, a primeira linha de tratamento dos sintomas do choque consiste na administração intravenosa de fluidos. Em razão da complexidade da condição, as provas têm como base a tradição clínica e estudos de baixa qualidade metodológica e de pequeno tamanho de amostras.
Dobutamina é fármaco simpaticomimético com efeito direto nos receptores beta-1-adrenérgicos, com ação inotrópica positiva no coração. É usada para aumentar a contratilidade do coração na insuficiência cardíaca aguda, no choque cardiogênico, no enfarte agudo do miocárdio e no choque séptico. Adicionalmente, sua atividade inotrópica pode ser útil durante cirurgia cardíaca e na pressão positiva expiratória final. Em caso de hipotensão, a dobutamina não deve ser usada como fármaco vasopressor de primeira linha (ver monografia, página 538).
Dopamina é catecolamina simpaticomimética com efeitos direitos (nos receptores beta-1-adrenérgicos do miocárdio) e indiretos (por estimulação alfa-adrenérgica e ação inotrópica). É usada na insuficiência cardíaca, como ocorre no choque cardiogênico e enfarte do miocárdio, assim como pode ser empregada na insuficiência renal, na cirurgia cardíaca e no choque séptico4. Apesar de não existirem diferenças significantes entre fármacos vasopressores, recomenda-se que a dobutamina seja a primeira escolha (ver monografia, página 540). Norepinefrina (noradrenalina) é catecolamina simpaticomimética de ação direta em receptores alfa-adrenérgicos, em receptores beta-1-adrenérgicos e, em menor grau, em receptores beta-2-adrenérgicos. Sua atividade alfa-agonista adrenérgica induz vasoconstrição periférica, o que aumenta a pressão arterial sistólica e diastólica, acompanhada da diminuição reflexa da frequência cardíaca. Pode ser usada em situações de emergência de hipotensão, como o choque, assim como na parada cardíaca. Apesar de não existir diferença estatisticamente significante, quanto a mortalidade, quando este fármaco é comparado à dopamina, ensaio clínico de boa qualidade metodológica sugere que o risco de reações adversas é menor com o uso da norepinefrina6. Parecer da Rename (2010) recomenda o uso como primeira escolha em pacientes neonatos com sepse e acidose metabólica (ver monografia, página 753).
Epinefrina (adrenalina) apresenta ação simpaticomimética direta, e é um potente agonista de alfa e beta-adrenoreceptores. Os efeitos da epinefrina são do tipo dose-resposta e incluem: aumento da velocidade e força da contração cardíaca (baixas doses aumentam a pressão sistólica e reduzem a pressão diastólica e a resistência periférica, enquanto altas doses aumentam a pressão sistólica e diastólica e a resistência periférica); aumento da circulação sanguínea em músculos esqueléticos (que é reduzida em altas doses); redução da circulação sanguínea nos rins, mucosa e pele; relaxamento da musculatura lisa brônquica; hiperglicemia; e maior consumo de oxigênio pelos seus efeitos metabólicos. Também é usado no manejo de reações alérgicas agudas e é indispensável em pacientes com anafilaxia e choque anafilático (ver monografia, página 549).
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